O economista-chefe do Banco da Inglaterra (BoE, pela sigla em inglês), Huw Pill, sugeriu que o BC britânico desacelere o ritmo de corte de sua taxa básica de juros, com o argumento de que a inflação e o avanço dos salários seguem acima da meta.

“Embora a desinflação em direção à meta (de inflação) de 2% (do BoE) continue, o impulso desinflacionário tem dado sinais de hesitação”, disse Pill em discurso em Londres, nesta terça-feira, 20.

No último dia 8, o BoE decidiu cortar seu juro básico em 25 pontos-base, a 4,25%, mas Pill foi um dos dirigentes dissidentes que defenderam a manutenção da taxa em 4,50%. Foi a quarta redução da taxa desde agosto do ano passado.

“Em suma, continuo preocupado com os riscos de alta para o cumprimento da meta de inflação”, disse Pill.

O economista-chefe , no entanto, descreveu seu voto como favorável a um “pulo” no processo de retirada das restrições à política monetária, e não como uma proposta de interrupção do ciclo.

Segundo ele, o ritmo de corte da taxa básica deve ser cauteloso, especialmente considerando o possível impacto de mudanças estruturais no comportamento para a determinação de preços e salários, depois do pico inflacionário dos últimos anos.

Na opinião de Pill, cortar o juro em 25 pontos-base por trimestre é um ritmo “muito rápido”, diante da perspectiva da inflação britânica.