O deputado estadual Sargento Rodrigues (PDT) afirmou nesta  segunda-feira, 2, que vai acionar o Ministério Público Estadual (MPE)  com ação contra o governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel (PT),  por suposto uso irregular de um helicóptero do Estado.

Vídeo  divulgado nas redes sociais mostra a aeronave, que transportava  Pimentel, pousando em condomínio às margens do lago de Furnas, um  tradicional balneário de Minas Gerais, para buscar seu filho, que passou  o réveillon na região. O lago fica no sudoeste do Estado, a cerca de  300 quilômetros de Belo Horizonte.

“É um absurdo. O Estado  falido e o governador usando um helicóptero para buscar o filho na  balada”, disse Rodrigues. Conforme o deputado, Pimentel infringiu a lei  8429/92, que trata de improbidade administrativa por agentes públicos.  Segundo dados da Secretaria de Estado da Fazenda, o déficit acumulado de  Minas Gerais nos últimos dois anos é de R$ 13 bilhões. Pimentel afirma  que parte é herdado de gestões anteriores.

O artigo 10 da  lei citada pelo deputado diz que “constitui ato de improbidade  administrativa que causa lesão ao erário qualquer ação ou omissão,  dolosa ou culposa, que enseje perda patrimonial, desvio, apropriação,  malbaratamento ou dilapidação dos bens ou haveres” das administrações  direta e indireta de quaisquer poderes da União, Estados, municípios e  do Distrito Federal.

Uso ‘legal’

Em  nota divulgada pelo Facebook, Pimentel afirma que o uso da aeronave é  regulamentado por decreto publicado em 2005. À época, o governador de  Minas era o hoje senador Aécio Neves (PSDB). Pimentel afirma que,  portanto, não cometeu nenhuma irregularidade. O texto divulgado pelo  governador diz ainda que a programação era passar o dia na região, mas  que houve mudança de planos assim que o helicóptero pousou no  condomínio.

“Neste domingo, dia 1º, fui a Escarpas do Lago,  pela manhã, de helicóptero, com a intenção de ficar o dia lá, com meu  filho, que passara o réveillon na casa de amigos. Ainda no voo de ida,  ele comunicou-se comigo, dizendo que não se sentia bem, e perguntava se  não me incomodaria voltar mais cedo com ele para BH, em vez de almoçar  lá. Obviamente, eu concordei e voltamos juntos, logo após o pouso, ainda  pela manhã”, afirma o governador, na nota.

O texto segue  com Pimentel afirmando: “Ou seja, nenhuma novidade, nada ilegal ou  irregular. O deslocamento do governador em aeronave está previsto em  lei, e o uso é regulado por decreto de 2005. Nenhum desses dispositivos  foi infringido no mencionado voo”.

Ainda segundo o  governador, “os ataques fazem parte dessa campanha insidiosa, de um  pequeno setor da oposição, que conhece perfeitamente a lei e o decreto  de que falei, e que, a todo o tempo, tenta atrapalhar e prejudicar o  Estado, em vez de ajudar a unir os mineiros no enfrentamento da crise”.