A alemã Kärcher, fabricante de lavadoras de alta pressão e outros equipamentos para limpeza pesada, talvez seja a empresa que mais comemore o fim da crise hídrica – ou pelo menos da pior parte. “Estamos com a cabeça fora d’água”, afirma Abilio Cepêra, CEO da companhia no Brasil. Durante o racionamento, cidades como Campinas (SP) chegaram a proibir o uso das lavadoras, apesar de elas, na verdade, economizarem água. “Havia muito patrulhamento”, diz. Agora, com a retomada da economia, o executivo espera a abertura, no Brasil, de outro mercado importante para a Kärcher: o de limpeza urbana. A ideia é vender máquinas de varrição, que substituem o trabalho manual. Esses equipamentos, segundo Cepêra, são muito mais eficientes. Uma dificuldade, no entanto, é mudar a forma como os contratos de limpeza são estruturados. Hoje, o costume é levar em conta o número de pessoas trabalhando, não o resultado esperado. “Essa é uma pauta que vai surgir na administração municipal com certeza”, afirma o executivo.

(Nota publicada na Edição 1029 da Revista Dinheiro, com colaboração de: Carlos Eduardo Valim, Cláudio Gradilone e Rodrigo Caetano)