A confiança dos empresários de serviços encerrou o segundo trimestre com uma redução de 0,9 ponto ante o patamar do primeiro trimestre de 2024, já descontando as influências sazonais. A piora reforça a perda de fôlego no setor ao longo do primeiro semestre do ano, segundo a Fundação Getulio Vargas (FGV).

O Índice de Confiança de Serviços (ICS) teve ligeira queda de 0,2 ponto na passagem de maio para junho, na série com ajuste sazonal, para 94,0 pontos, segundo recuo consecutivo. Em médias móveis trimestrais, o ICS diminuiu 0,6 ponto.

“O primeiro semestre se encerra com piora na confiança do setor de serviços. O resultado de junho reforça a percepção dos últimos meses de perda de fôlego do setor, dessa vez com resultados piores na situação presente. Apesar do resultado disseminado de melhora nas expectativas, os empresários avaliam piora no nível da demanda, exceto no setor de serviços prestados às famílias. O segundo semestre ainda é incerto quanto ao futuro dos negócios, que, apesar da melhora dos índices de expectativas, se mantém distante de um patamar de otimismo. O cenário macroeconômico agora é de interrupção no ciclo de queda da taxa de juros, enquanto os resultados positivos no emprego e na renda, podem ser fatores importantes para retomar a recuperação da confiança do setor”, avaliou Stéfano Pacini, economista do Instituto Brasileiro de Economia da FGV (Ibre/FGV), em nota oficial.

Em junho, o Índice de Situação Atual (ISA-S) recuou 2,9 pontos, para 94,4 pontos. O Índice de Expectativas (IE-S) teve elevação de 2,4 pontos, para 93,7 pontos.

Os dois componentes da situação atual recuaram: o item que mede a situação atual dos negócios caiu 2,8 pontos, para 94,1 pontos, enquanto o que avalia o volume da demanda atual encolheu 3,1 pontos, para 94,6 pontos.

Entre as expectativas, a demanda prevista nos próximos três meses aumentou 4,0 pontos, para 95,6 pontos, maior nível desde outubro de 2022. Além disso, o item que mede a tendência dos negócios nos próximos seis meses cresceu 0,8 ponto, para 91,9 pontos.

Quanto ao resultado trimestral, a FGV ressalta que houve piora tanto nas expectativas (-1,2 ponto, em médias trimestrais com ajuste sazonal) como na situação atual (-0,5 ponto), o que não ocorria desde o primeiro trimestre de 2023.

“As dificuldades para impulsionar os negócios no setor de serviços têm se tornado cada vez mais evidentes ao longo de 2024. O primeiro semestre reflete a dificuldade de evolução dos negócios como foi em anos anteriores”, completou Pacini.

A coleta de dados para a edição de junho da Sondagem de Serviços foi realizada com 1.408 empresas entre os dias 3 e 25 do mês.