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IVO PITANGUY: reconhecimento internacional ajuda nas vendas da marca

OS BRASILEIROS COStumam se orgulhar quando falam do carioca Ivo Pitanguy, 82 anos, conhecido como um dos grandes ícones da cirurgia plástica mundial, profissional que ajudou a renovar a beleza de divas como Sophia Loren e Elizabeth Taylor. Pitanguy, muitos dizem, “é coisa nossa”. Nem tanto. Quando o assunto são os cosméticos assinados pelo mestre do bisturi, o Brasil tem ficado bem longe. É que sua marca, a Beauty By Clinic Ivo Pitanguy, lançada em 1999, virou grife de luxo e tem conquistado o mundo. Seus produtos, cremes antienvelhecimento, hidratantes, esfoliantes, são vendidos em perfumarias premium de Paris, em refinadas lojas como as americanas Bergdorf Goodman e Neiman Marcus, na Espanha e em outros seis países da Europa e da Ásia. O novo ponto a receber produtos Pitanguy é o spa do hotel suíço Guarda Golf, cujas diárias alcançarão a faixa dos US$ 2 mil. “Fiz questão de trazer a Beauty By Clinic Ivo Pitanguy para o hotel. As europeias se interessam por tudo o que vem de Pitanguy”, conta Nati Felli, proprietária do Guarda Golf. Os brasileiros, entretanto, terão de esperar. A linha, fabricada pela francesa Cosmetique et Parfum International (CPI), uma multinacional da perfumaria com faturamento de US$ 1,6 bilhão, precisa do aval da Anvisa para ser vendida aqui e isso só deverá ocorrer em abril.

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Essa não é a primeira vez que a marca tenta conquistar o mercado brasileiro. Na verdade, a grife nasceu para atender a demanda dos pacientes da clínica Ivo Pitanguy que pediam produtos de beleza para usar após as operações. Gisela Pitanguy, a filha do cirurgião, tomou a frente do projeto, associou- se a um investidor brasileiro e terceirizaram a fabricação dos cosméticos com Lipson Cosméticos, em São Paulo. Só que, por aqui, o negócio não decolou: em cinco anos, tinham apenas seis pontos de venda e os produtos encalharam. “A marca Pitanguy é forte, portanto, provavelmente a estratégia adotada no mercado brasileiro foi mal elaborada”, diz José Roberto Martins, diretor da Global Brands, consultoria especializada em gestão de marcas. A guinada veio, em 2004, com a associação com a francesa CPI. Os produtos, que custam a partir de 70 euros, deixaram de ser fabricados no Brasil e passaram a concorrer com marcas como La Prairie, Lâncome e Dior. “Estou à frente da linha e tenho participado do lançamento em vários países”, conta Gisela Pitanguy, filha do cirurgião e idealizadora dos produtos.