Entra em vigor nesta segunda-feira (05) o Pix, novo sistema brasileiro de pagamentos instantâneos, cuja previsão é reduzir o tempo de pagamento das transações comerciais e os custos das operações. Será possível fazer transferências a qualquer hora do dia, mesmo fora do expediente bancário, e todos os dias da semana, inclusive sábados, domingos e feriados.

O Pix vai alterar a forma como as pessoas pagam contas e fazem compras, ao eliminar a necessidade de dinheiro ou cartão. Entre as vantagens está a possibilidade de se usar apenas o número de um celular, por exemplo, para fazer uma transferência sem precisar recorrer a conta, agência, CPF, nome completo e todos os outros dados exigidos hoje. Ou, apenas com o CPF, sacar dinheiro em uma loja sem a necessidade de caixa eletrônico, cartão ou senhas.

+ BC: uso do PIX será gratuito para pessoas físicas e empreendedores individuais

+ Para mitigar risco de fraudes, Pix vai prever limite do valor da transação

As transações poderão ser feitas por meio de QR Code ou com base na chave cadastrada. De acordo com o BC, o Pix trará agilidade em relação a sistemas atuais de pagamento, como a Transferência Eletrônica Disponível (TED), que leva até duas horas para ser compensada, e o Documento de Ordem de Crédito (DOC), liquidado apenas no dia útil seguinte.

Para as empresas, o BC diz que a plataforma traz vantagens em relação ao pagamento por cartão de débito. Isso porque o consumidor pagante não precisará ter conta em banco, como ocorre com os cartões. Bastará abastecer a carteira digital do Pix para enviar e receber dinheiro.

Os bancos e instituições de pagamento que participarem da plataforma não poderão cobrar tarifas para pessoas físicas e MEIs para o envio e recebimentos de recursos em transferências, além do pagamento de compras.

A resolução do BC, no entanto, deixa aberta a possibilidade de cobrança de tarifas no PIX quando ele for usado por empresas para a transferência de valores, tanto do cliente pagador quanto do recebedor. Algumas instituições, como o Nubank, já anunciaram que também não cobrarão tarifas de pessoas jurídicas.

Por ser um meio de pagamento completamente digital, algumas pessoas estão preocupadas com a segurança do processo. No entanto, Carlos Netto, CEO da Matera, empresa de desenvolvimento de tecnologia para o mercado financeiro, explica que o sistema é seguro.

“Muitos não sabem, mas para efetuar um pagamento pelo PIX será necessário entrar no seu aplicativo do banco e digitar a sua senha, ou seja, para que um criminoso faça esse processo ele precisará saber a sua senha bancária”, destaca.

Segundo Netto, o programa pode ser mais seguro que o uso de cartões, onde basta apenas ter o número de série para fazer uma compra online. “Se alguém entrar na sua conta para te fraudar, então provavelmente ele não usará o Pix, já que terá acesso a tudo”, contextualiza.

Outro ponto que o CEO ressalta sobre o Pix é que existe a possibilidade de, se alguma informação estiver errada, o dinheiro voltar para a conta corrente de quem efetuou o pagamento.

“No boleto, quando se faz a leitura do código de barras, sempre é mostrado o destinatário. O Pix será da mesma forma, havendo um jeito de checar se aquele número de CPF ou telefone que você está enviando o dinheiro são realmente do destinatário desejado”, diz.