20/10/2023 - 14:07
O Banco Central do Brasil (BC) está trabalhando para que o sistema de pagamentos Pix, lançado pela entidade em 2020, possa oferecer funções de cartão de crédito e até interação com o real digital, batizado de Drex pelo BC, em breve.
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Na quarta-feira, 18, o presidente do BC, Roberto Campos Neto, comentou sobre as possibilidades enquanto participava de um evento de premiação.
“Olhamos para uma parte internacional, para a parte dos pagamentos programáveis. O Pix vai tomando uma função que, atualmente, é do cartão de crédito”, salientou o executivo.
Desde que foi lançado, o Pix se tornou a principal forma de pagamentos e transferências entre os brasileiros por simplificar a movimentação financeira entre clientes e empresas. A popularidade do recurso ficou tão relevante que até o Tesouro Nacional passou a pagar servidores nacionais via Pix em 2022.
Vale ressaltar que os usuários já podem realizar a programação de pagamentos via Pix. No entanto, até o momento só é possível escolher o dia para a transação, mas não o horário em que será feita.
Para 2024, o BC espera lançar o recurso de débito automático pelo sistema de pagamentos. Ou seja, clientes e usuários poderão programar débitos ou pagamentos de contas para o dia do vencimento da fatura.
Quanto ao Drex, o presidente do BC, Campos Neto, explicou que a interação entre o Pix e o real digital “devem acontecer em algum momento”, garantiu.
“Ao sinalizar a possibilidade de assumir funções tradicionalmente desempenhadas pelos cartões de crédito e ao se preparar para uma sinergia com o Drex, a moeda digital do Banco Central, o Pix não apenas redefine os contornos das transações financeiras, mas também antecipa o futuro dos pagamentos: instantâneo, digital e, sobretudo, integrado”, comenta o especialista em tecnologias financeiras e CEO da Arariwe, empresa de soluções digitais, Rafael Pires.
Na avaliação do especialista, a tecnologia está não apenas redefinindo, mas expandindo os horizontes do setor financeiro. “O pix democratiza o acesso a serviços financeiros, torna as transações mais transparentes e ágeis e, o mais importante, coloca o poder nas mãos do consumidor. À medida que avançamos, é essencial que continuemos a priorizar a inclusão e a acessibilidade, garantindo que todos os brasileiros, independentemente de sua localização ou situação econômica, possam se beneficiar dos benefícios da transformação digital”, acrescenta.
Pires lembra, ainda, que as funcionalidades comentadas ainda estão em fase embrionária e que é preciso aguardar sinalizações do BC para entender como ocorrerá o funcionamento das novas ferramentas. Até lá, diz, muitas novidades ainda podem ser anunciadas pelo BC.
“A ascensão do Pix é um exemplo emblemático da transformação digital. É natural que essa tecnologia evolua para outras frentes”, complementa.
Números do Pix
A ascensão do Pix é representada pelos números do sistema de pagamentos. Em setembro, por exemplo, no dia 6 daquele mês, o BC registrou 152,7 milhões de transferências instantâneas. A marca superou o recorde anterior, registrado no dia 4 de agosto, de 142,4 milhões de transações.
No mesmo dia em que bateu recorde, o Pix registrou a movimentação de mais de R$ 76,1 bilhões. O valor médio por transação ficou em R$ 498,42. Ainda de acordo com o BC, o Brasil tem atualmente 650,7 milhões de chaves Pix. São 153 milhões de usuários cadastrados, sendo 92% pessoas físicas residentes no país. De cada 100 transações, 60 são feitas por pessoas de 20 a 39 anos.