06/04/2022 - 18:51
O meio de pagamento eletrônico Pix é bastante usado pela facilidade de operação, que permite transferência instantânea e sem custos. No ano passado, com o crescente uso da modalidade, os maiores bancos do Brasil tiveram queda de cerca de R$ 2,7 bilhões em suas receitas de serviços de conta corrente.
Quando não se vê o dinheiro saindo da carteira, como no caso do Pix em que o pagamento é feito pelo celular, é mais fácil gastar e perder o controle financeiro.
O descontrole á maior ainda com a possibilidade de pagamento parcelado de crédito por meio do Pix. Alguns bancos oferecem crédito para o cliente parcelar o pagamento em até 24 vezes com débitos mensais automáticos com juros de cerca de 2% ao mês.
Em algumas instituições financeiras é possível converter o saldo do cartão de crédito em Pix com os valores sujeitos às regras e aos juros do cartão.
+ Recall: Triumph convoca clientes no Brasil da moto Trident por risco de queda
Para o educador financeiro Thiago Martello, assim como o cheque especial e o empréstimo pessoal, o Pix parcelado é mais uma maneira de crédito que contribui para o acúmulo de dívidas do brasileiro. “O que diferencia é apenas a taxa de juros”, explica Thiago.
Segundo ele, toda forma de crédito é ruim e indica que a pessoa não tem controle financeiro. “O brasileiro não tem maturidade para lidar com o crédito, que faz as pessoas perderem o controle. É um câncer na vida financeira de uma pessoa”, completa.
“Essa modalidade de crédito deveria ser usada somente num momento muito urgente, como problemas de saúde, por exemplo. Do contrário, qualquer juro pago é ruim, não importa o tamanho. Juro bom é só o que se ganha”, afirma o educador financeiro.
Em último caso, se o consumidor decidir fazer o crédito, Thiago orienta comparar as linhas possíveis porque cada banco trabalha com uma taxa, que varia de 2,5% a 2,14%. “Isso varia não só de banco, mas de pessoa para pessoa, o limite do crédito pré-aprovado que ela tem e o score dela no mercado”, explica.
“Um crédito não substitui o outro. O que deveria ser substituída é a mentalidade do brasileiro de achar que pegar crédito para fazer compras é normal”, finaliza Thiago.