02/05/2017 - 14:22
O governo começou nesta terça-feira, 2, a exonerar de cargos em órgãos federais nos Estados afilhados políticos de deputados da base aliada que votaram contra a reforma trabalhista na semana passada. Entre aqueles cujas demissões foram publicadas nesta terça-feira, 2, no Diário Oficial da União (DOU) estão até mesmo indicados por parlamentares do PMDB, partido do presidente Michel Temer.
Exonerado nesta terça, o superintendente regional da Fundação Nacional de Saúde (Funasa) no Ceará, Maximiano Leite Barbosa Chaves, tinha sido indicado para o cargo pelo deputado Vitor Valim (PMDB-CE). O peemedebista votou contra a reforma trabalhista e já declarou voto contra a da Previdência no Placar do Estadão. Valim é do grupo político do presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE).
No PTN, pelo menos dois dos 13 deputados perderam cargos em superintendências da Funasa nos Estados. O governo publicou nesta terça-feira no Diário Oficial a exoneração de Daniel Kenji Tokuzumi do cargo de superintendente da fundação em São Paulo. Ele tinha sido indicado pelo deputado Dr. Sinval Malheiros (PTN-SP), que votou contra reforma trabalhista e também já declarou voto contra a da Previdência.
Superintendente estadual da Funasa no Rio Grande do Norte, Jairo Sotero Nogueira de Souza também foi exonerado nesta terça. Ele tinha sido indicado pelo deputado Antônio Jácome (RN), que foi um dos cinco deputados do PTN que votaram contra reforma trabalhista na última quarta-feira, 26. O parlamentar potiguar não quis responder ao Placar do Estadão sobre como votará na reforma da Previdência.
O PTN foi bastante cobrado pelo governo por não entregar os votos que prometeu durante a votação das mudanças na legislação trabalhista. Em troca da presidência da Funasa, o partido prometeu entregar pelo menos 10 votos a favor da proposta, segundo um interlocutor do governo na Câmara. Na votação, porém, só entregou sete votos. Outros cinco deputados da sigla, como Jácome e Sinval, votaram contra e um se ausentou.
As exonerações de aliados de deputados “infieis” nos Estados começaram a ser acertadas na última quinta-feira, 27, em reunião no Palácio do Planalto entre líderes da base aliada e o presidente Michel Temer. O governo avaliou que precisava dar o exemplo com os cortes de cargos, para impedir que novas traições prejudiquem a votação da reforma da Previdência no plenário, prevista para o fim de maio.