O Plano Safra foi tema de reunião desta sexta-feira, 3, do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, com lideranças da indústria de máquinas usadas no campo e do agronegócio. Os representantes dos setores levaram ao ministro o pedido de ao menos R$ 36 bilhões para o financiamento das compras de máquinas agrícolas.

O Plano Safra 2024/2025 começa em 1º de julho de 2024 e se estende até 30 de junho de 2025. “Nós levamos as mesmas demandas que já tínhamos apresentado ao ministério da Agricultura e ao MDA Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar”, relatou o presidente da câmara setorial de máquinas agrícolas da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), Pedro Estevão Bastos.

Segundo Estevão, os representantes reforçaram a solicitação de R$ 26 bilhões pelo Programa de Modernização da Frota de Tratores Agrícolas e Implementos Associados e Colheitadeiras (Moderfrota) e de R$ 10 bilhões para o Pronaf, voltado à agricultura familiar. “Houve outros detalhes sobre como será o financiamento, mas isso não é importante. O importante é que nós precisamos de recursos ao longo dos 12 meses.”

No último plano, os recursos do Moderfrota, que financia a aquisição de tratores e colheitadeiras, entre outros equipamentos usados na produção agrícola, duraram apenas quatro meses. Já o dinheiro do Pronaf acabou em seis meses. As vendas de máquinas agrícolas caíram 16,2% no ano passado, somando 56,7 mil unidades. Neste ano, o setor segue em baixa, com vendas no primeiro trimestre 39% inferiores às do mesmo período de 2023, conforme informou hoje a Fenabrave, entidade que representa os revendedores.

A definição das taxas de juros do plano também entrou em pauta no encontro com Haddad, que aconteceu no gabinete do ministério da Fazenda na avenida Paulista. “Nós sempre sugerimos ao governo o que chamamos de juros compatíveis com a atividade”, disse Estevão. “Nunca falamos em porcentual, porque porcentual é um trade-off. Quanto menor o juro, menor o recurso. Quanto maior o juro, maior o recurso.”

A reunião, segundo participantes, foi apenas preliminar para reforçar as demandas por um Plano Safra robusto, e também para os empresários obterem esclarecimentos. Não houve um encaminhamento definitivo da Fazenda, sendo que a reunião foi classificada como preliminar. Haddad, porém, mostrou muita sensibilidade ao tema, contou o presidente da Abimaq, José Velloso. “Para esse governo, pelo menos no que eles sempre nos dizem, a agricultura e a pecuária são prioridades.”

Além da Abimaq e da própria Fenabrave, participaram do encontro representantes da Anfavea, entidade que representa as montadoras, de cooperativas e da indústria de proteína animal.