Depois de semanas de tensão por causa do tarifaço imposto por Donald Trump, o governo Lula tem a expectativa de garantir duas vitórias capazes de aumentar o comércio de produtos e serviços brasileiros com outros países.

Nesta quarta-feira, 3, há expectativa de que a Comissão Europeia dê início ao processo para ratificar o esperado acordo comercial com o Mercosul.

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A previsão inicial do governo brasileiro era de que esse passo se daria apenas em outubro. A antecipação é vista como uma resposta política à ofensiva tarifária de Trump.

A assinatura do acordo, que tem oposição da França, aumentará a integração entre o Mercosul e a Europa. Somados, os países do Mercosul e da União Europeia reúnem 718 milhões de pessoas e Produto Interno Bruto (PIB) de aproximadamente US$ 22 trilhões de dólares.

Caso seja validado, por um lado o acordo permitirá à União Europeia exportar, por exemplo, mais automóveis, máquinas e bebidas alcoólicas para a América do Sul. Por outro, deve facilitar a entrada na Europa de produtos agrícolas, como carnes, açúcar e soja, produzidos pelos países-membros do Mercosul.

Reunião do Brics

Em outro front, o presidente Luiz Inácio da Lula da Silva propôs para a próxima semana uma reunião virtual do Brics para debater as possibilidades de ampliar o comércio entre os países do grupo, que reúne, entre outros, Índia, Rússia e China.

A ideia do governo brasileiro é ampliar as transações dentro do bloco, inclusive com a perspectiva de que as negociações sejam feitas em moeda local, como alternativa ao dólar – algo que, por sinal, não agrada a Casa Branca.