O governo brasileiro vai contratar mais um navio de cruzeiro para abrigar as delegações da COP30 (Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas), em Belém, em novembro. Será o navio MSC Lirica, com capacidade para 2,6 mil pessoas.

A providência foi tomada para tentar amenizar o problema da falta de leitos para hospedagem em Belém. A baixa oferta de leitos na cidade é um dos desafios da organização.

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São esperadas 50 mil pessoas para a conferência, que receberá representantes de mais de 190 países, e a capacidade atual de leitos é 24 mil. Há ofertas de imóveis para alugar no período da COP30 que podem chegar a R$ 2 milhões.

Já estavam contratados pelo governo dois transatlânticos de luxo para abrigar os participantes: o Costa Diadema (foto em destaque) e o MSC Seaview. O Costa Diadema é operado pela empresa Costa Crociere e pertence à Carnival Corporation.

Esse navio tem 1,8 mil cabines e 4,5 mil leitos. Conta com piscinas, jacuzzis, cinemas, teatro, shopping center, academia, sala de jogos, spa e até cassino.

O MSC Seaview, de propriedade da MSC Cruzeiros, que também faz a operação, tem 2 mil cabines e 5 mil leitos. Tem restaurantes, bares e lounges, academia, cinema, teatro, cassinos, piscinas e parque aquático.

Investimento e negociação com hotéis
Somente durante a cúpula de chefes de Estado em Belém, momento bastante aguardado, são esperados 12 mil participantes.

A cúpula de chefes de Estado foi antecipada para os dias 6 e 7 de novembro para não coincidir com a realização dos debates na conferência, justamente para diminuir o número de participantes num único momento na cidade. A conferência ocorrerá logo na sequência, entre os dias 10 e 21.

A organização da COP exigiu investimentos de R$ 6 bilhões em obras de infraestrutura e foram destinados mais de R$ 300 milhões para modernizar e ampliar a rede hoteleira, além de reforma do aeroporto local. O governo tem feito contatos com empresários do ramo de hotéis para tentar coibir abusos nos preços cobrados para hospedagem.

Uma COP do jeito do Brasil
Durante a visita que fez à Ásia em março, o presidente Lula disse, admitindo eventuais dificuldades na organização, que será uma COP com características próprias e problemas típicos da realidade brasileira. Na mesma viagem, porém, ele prometeu que será a melhor conferência já realizada desde a primeira edição.

“Eu ouso dizer para vocês que é uma COP30 no Pará, na cidade de Belém, com todos os problemas que tem o estado, com todos os problemas que tem o Brasil. E eu digo sempre para as pessoas: não fiquem olhando a nossa COP como se a gente estivesse em Paris. Não fiquem olhando como se nós estivéssemos em Nova York ou em Londres. Olhem como se a gente estivesse na cidade de Belém, no estado do Pará, com todos os problemas que nós temos”, afirmou o presidente, que em outro discurso disse que será “a melhor COP desde a primeira COP”. “O Brasil fará a sua parte”, garantiu.

Nesta quarta-feira, 9, em viagem desta vez a Honduras para um encontro da Celac (Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos), Lula voltou a falar do tema. Disse que a COP30 não será apenas do Brasil, mas de toda a região. O presidente afirmou que a mudança climática exige ações em conjunto dos países.

“O último relatório do IPCC (Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas) descreve a América Latina e o Caribe como uma das regiões mais vulneráveis do planeta. O risco do colapso da floresta amazônica e o degelo da Antártida são pontos de não retorno que colocam em xeque a nossa sobrevivência”, disse, acrescentando ser necessário exigir dos países ricos metas de redução de emissões alinhadas ao Acordo de Paris.

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