Nas contas de parte dos analistas de mercado, o choque de juros promovido pelo Banco Central para tentar derrubar a inflação do patamar atual de quase 5% para cerca de 3% ao ano deverá promover uma desaceleração forte do nível de atividade, com chances de o país registrar dois trimestres seguidos de contração econômica em 2025.

No jargão financeiro, esse movimento chamado de recessão técnica consiste na redução da produção de bens e serviços, queda no consumo e aumento do desemprego. Na linguagem política, isso significa mais problemas para o governo e para popularidade do presidente Lula.

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Relatório da consultoria MB Associados aponta que “a probabilidade de duas quedas consecutivas no PIB trimestral no segundo semestre, hoje, está acima de 50%”.

E, segundo o economista Sérgio Vale, analistas e investidores seguem apreensivos em relação a 2026. As indefinições sobre as candidaturas para sucessão presidencial e o que o novo presidente fará em 2027 para segurar o crescimento da dívida pública são as maiores dúvidas.

Junte-se a isso o choque de juros (a taxa referência para economia deverá subir mais de três pontos percentuais em seis meses)  e está dado um cenário com chances de recessão técnica ainda em 2025.

“A dúvida é se essa desaceleração na economia será suficiente para jogar a inflação para meta”, pondera Vale. “Não estamos num momento de inflação represada, mas caminhamos, provavelmente, para um cenário de estagflação leve, com recessão e crescimento baixo em 2026 e com a inflação se mantendo no tento da meta.”

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