O índice dos gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) composto do Brasil recuou de 53,4 em outubro para 49,8 em novembro, informou nesta segunda-feira, 5, a S&P Global. O PMI específico de serviços cedeu de 54,0 para 51,6 entre outubro e novembro, o que em números dessazonalizados significa o décimo oitavo mês seguido do indicador no terreno da expansão (acima de 50), porém, a taxa mais lenta observada em todo o período.

“Os provedores de serviços indicaram que a incerteza em relação ao futuro para as políticas públicas e a economia em geral diminuíram a demanda em novembro”, afirmou a diretora associada de Economia da S&P Global Market Intelligence, Pollyana De Lima.

Para ela, os impactos das eleições presidenciais no Brasil “extravasaram do campo político para o campo econômico”, causando mais efeito no setor da indústria do que no de serviços. “As empresas do setor de serviços também ficaram divididas em suas próprias projeções para o futuro. Cerca de 54% das empresas preveem crescimento da produção em 2023, com o otimismo centrado na esperança de reformas estruturais, taxas de juros mais baixas e inflação contida”, comentou.

A diretora avalia que os serviços continuaram sendo a principal fonte de pressões inflacionárias no setor privado, já que os preços de compra e venda diminuíram no setor industrial. “No nível consolidado, os preços de insumos subiram à taxa mais rápida em três meses, enquanto a inflação abrandou a partir de outubro”, acrescenta.