07/07/2001 - 7:00
A tecnologia é implacável. Nos anos 70, o sonho dos turistas era ter uma câmera fotográfica Polaroid, a fim de tirar fotos instantâneas com os amigos. Agora, a empresa americana que fabrica os aparelhos está à beira da falência, justamente devido aos estragos que as câmeras digitais têm provocado nos negócios. Sua dívida gira em torno de US$ 950 milhões, praticamente a metade do que fatura ao ano. A empresa só não fechou as portas na semana passada porque na quinta-feira 12, seu presidente, Gary DiCamillo, conseguiu, pela terceira vez no ano, o adiar o pagamento de parte dos empréstimos junto a bancos e investidores. O prazo agora esgota-se em outubro. O acordo foi possível porque a Polaroid contratou consultorias
como a Merril Lynch. Elas buscarão alternativas para a empresa
sair do buraco, como a venda de ativos, fusão ou compra
por outra companhia.
Bem que a Polaroid tentou enveredar para a nova tecnologia, lançando câmaras digitais. Foi um movimento tímido, porém. A empresa demorou para desenvolver um portfólio de produtos acessórios, como impressoras de fotos, no qual concorrentes como Kodak e Fuji garantem sua rentabilidade. Nos últimos três anos, a Polaroid, com sede em Cambridge, viveu permanentemente no vermelho. Seus números impressionam pela queda. Em 1996, faturou mais de US$ 2,3 bilhões. No ano passado, a receita foi de US$ 1,9 bilhão. As ações têm caído vertiginosamente: nos últimos 12 meses, o valor despencou 90,26%. Entre as possibilidades que passam pela mente de DiCamillo para fazer dinheiro agora é oferecer ou vender as novas tecnologias Opal e Onyx de impressão digital para outras empresas do setor. Os executivos da companhia anunciaram também um plano de cortes de custos que incluem a dispensa de 25% dos 8 mil funcionários até o final do próximo ano. Isto se a Polaroid não apagar no meio do caminho.