(Reuters) -As forças policiais alcançaram o suspeito de realizar um ataque em duas escolas, nesta sexta-feira, que deixou três mortos e pelo menos dez feridos na cidade de Aracruz, no Espírito Santo, informou o governo do Estado em nota.

“As forças de segurança do Estado, em conjunto com as forças dos demais entes, já alcançaram o suspeito de autoria deste bárbaro crime. As motivações do ocorrido estão sendo devidamente apuradas”, informou o governo.

Segundo o governador do Estado, Renato Casagrande (PSB), o suspeito dos disparos é um menor de idade, ex-aluno de uma das escolas e filho de um policial. Por ser menor de 18 anos, ele foi detido, mas não pode ser preso.

O governador afirmou que ainda não é possível determinar pelos depoimentos colhidos até o momento do jovem e do pai um motivo para a ação que, acredita, foi organizada.

“Foi uma ação planejada de alguém que está com problema mental, mas com esse problema mental, tirou a vida de três pessoas e baleou mais dez outras pessoas”, disse Casagrande à CNN Brasil.

“O debate sobre saúde mental é fundamental, o debate sobre acesso às armas é fundamental”, defendeu o governador do Estado, destacando que nos últimos quatro anos houve uma flexibilização das regras de acesso às armas.

Os ataques ocorreram na Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Primo Bitti e em uma escola particular pouco depois das 9h, relatou Casagrande, praticado pelo rapaz armado com uma pistola e um revólver. O garoto, ex-aluno da escola estadual, utilizava trajes militares e também portava o símbolo da suástica, o que pode denotar vínculo com grupos neonazistas ou neofacistas no Brasil ou internacionais.

Na primeira escola, a Primo Bitti, o rapaz teria rompido o cadeado de um portão secundário, tendo acesso a poucos metros da sala de professores, que estava cheia por se tratar do horário do recreio.

Ali mesmo ele já disparou contra dez professores — dois deles perderam a vida no local e outros três estão internados com ferimentos de maior gravidade, informou o governador do Espírito Santo.

Depois, o suspeito se deslocou para a escola particular, cerca de 1 km distante da primeira, e atirou em mais três crianças entre 10 e 12 anos, matando uma delas.

Em nota de pesar, o governo do Estado se solidarizou com as famílias e amigos das vítimas do ataque e disse que foi decretado luto de três dias.

(Por Beatriz Garcia, em São Paulo, e Maria Carolina Marcello, em BrasíliaEdição de Pedro Fonseca)