20/06/2018 - 13:29
A Polícia Civil vai fazer a reconstituição do assassinato do advogado Nilson Aparecido Carreira Mônico, de 55 anos, morto a tiros no último dia 13 em seu escritório de advocacia, em Presidente Venceslau, cidade do interior de São Paulo.
O acusado do crime, o ex-policial militar Vagner Oliveira da Silva, de 32 anos, invadiu o escritório, rendeu dois funcionários e deu três tiros na vítima, que morreu na hora. Preso, ele apontou o empresário Luis Henrique Almeida Reis, de 45 anos, de São Bernardo do Campo, no ABC paulista, como mandante do crime.
Segundo a investigação, o advogado havia atuado numa ação judicial contra o empresário, dono de uma empresa de transportes, e obteve a penhora de um imóvel dele em favor da sua cliente. Na ação, Mônico defendeu a viúva de um homem atropelado e morto em 2006 por um caminhão do empresário, dirigido por um motorista bêbado. Para o pagamento da indenização, o advogado conseguiu que fosse penhorado um imóvel de Reis no Guarujá (SP), avaliado em R$ 1,5 milhão.
Inconformado, o empresário contratou o ex-policial para “dar um susto” no advogado. Ele e o ex-policial viajaram até a cidade do oeste paulista e, enquanto Vagner Silva invadia o escritório de advocacia, Reis o esperava no carro. Após executar a vítima, o homem fugiu a pé, mas foi perseguido e preso nas imediações. O empresário fugiu, mas acabou sendo delatado pelo autor dos disparos. Preso no último dia 18, na cidade do ABC paulista, ele foi levado para a cadeia de Presidente Venceslau, ficando à disposição da investigação.
O delegado Éverson Contelli, responsável pelo inquérito, quer fazer a reconstituição para deixar clara a participação de cada agente no crime. O procedimento será realizado ainda esta semana.
Em nota de repúdio ao crime, a presidente da subseção da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) em Presidente Prudente, Roseli Oliva, afirma que “Nilson foi morto porque atuou com independência e zelo, desempenhou o papel que caberia a qualquer advogado diligente e honesto”. A defesa do empresário informou que só se manifestará oportunamente. O defensor do ex-policial foi contatado pela reportagem, mas não deu retorno. O espaço está aberto para sua manifestação.