Por Maria Caspani

NOVA YORK (Reuters) – A polícia de Nova York disse nesta quarta-feira que um homem identificado anteriormente como “pessoa de interesse” agora é considerado oficialmente suspeito pelo ataque em que 10 passageiros foram baleados em um vagão do metrô da cidade na véspera, e o prefeito prometeu que ele será levado à Justiça.

O ataque ocorreu na manhã de terça-feira, quando a Linha N do metrô com destino a Manhattan estava parando em uma estação em Sunset Park, no Brooklyn. Além das 10 pessoas atingidas por tiros, outras 13 ficaram feridas em meio ao pânico causado durante a fuga do trem cheio de fumaça.

O incidente foi o mais recente ato de violência a atormentar o sistema de transporte da cidade nos últimos anos e representa um grande desafio para o prefeito Eric Adams, que busca conter a queda no número de passageiros ocorrida durante a pandemia de Covid-19.

O Departamento de Polícia de Nova York (NYPD) inicialmente havia identificado Frank James, que as autoridades disseram ter deixado as chaves de uma van alugada na cena do crime, como uma “pessoa de interesse”. Nesta quarta-feira, o NYPD disse que James era agora um suspeito no ataque.

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Questionado se James agiu sozinho, o prefeito Adams disse à Fox News que uma investigação preliminar não revelou uma pessoa adicional.

“O NYPD, as agências federais e as agências estaduais estão colaborando juntos”, disse o prefeito. “Tenho confiança de que levaremos esse suspeito à Justiça e queremos garantir que o façamos o mais rápido possível”, disse Adams.

As autoridades dizem que James alugou a van na Filadélfia e a estacionou em uma rua do Brooklyn, perto da estação da Rua 36, onde o incidente aconteceu. A polícia ofereceu recompensas no valor total de 50.000 dólares por informações que levem à prisão de James.

As tentativas da Reuters de entrar em contato com números de telefone associados a James não tiveram sucesso.

Cinco das pessoas baleadas estavam em estado grave, mas estável. Esperava-se que todas as vítimas sobrevivessem.

A comissária da Polícia de Nova York, Keechant Sewell, afirmou na terça-feira a repórteres que o ataque não estava sendo tratado imediatamente como um ato de terrorismo.

Não havia motivo conhecido para o ataque, mas os investigadores encontraram uma série de postagens nas redes sociais ligadas a James que menciona os sem-teto e o prefeito de Nova York, disse Sewell.

A comissária de polícia disse que o ataque começou no vagão do trem quando ele estava prestes a entrar na estação. O atirador lançou duas latas de sua bolsa e as abriu, espalhando fumaça por todo o vagão.

Segundo a polícia, o homem disparou 33 tiros de uma pistola semiautomática Glock 9 mm, que mais tarde foi recuperada junto com três carregadores de munição, um machado, alguns fogos de artifício e um recipiente de gasolina.

A arma aparentemente emperrou no meio do tiroteio, potencialmente impedindo um maior número de vítimas, informou a CNN e meios de comunicação locais, citando fontes policiais.

Nova York viu um aumento acentuado nos crimes violentos durante a pandemia, incluindo uma série de ataques aparentemente aleatórios no metrô.

A violência no transporte público inclui vários ataques nos quais passageiros foram empurrados de plataformas para trilhos de trem, incluindo uma mulher de Manhattan cujo assassinato foi visto como parte de uma onda de crimes de ódio contra pessoas de origem asiática.

Após o incidente de terça-feira, Adams prometeu dobrar o número de policiais designados para a segurança do metrô. Ele priorizou o aumento das patrulhas policiais e a expansão dos programas de saúde mental para combater a violência.

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