Uma turista sueca de 22 anos foi mantida em cárcere privado em uma casa no Morro da Babilônia, no Leme, na zona sul do Rio de Janeiro. Policiais da Delegacia Especial de Apoio ao Turismo (Deat) conseguiram prender nesta segunda-feira, 21, em flagrante Rafael Lemos de Souza, suspeito de manter Penelope Brunnström em sua residência. A Polícia Civil chegou até o local após ter acesso a um vídeo em que a sueca pede ajuda a amigas para deixar o local.

Penelope conheceu Rafael Lemos na Pedra do Sal, no centro do Rio, há cerca de 20 dias. Dez dias depois, decidiu passar um período na casa do suspeito até a data em que retornaria para a Europa, nesta terça-feira.

As imagens mostram Penelope sendo ameaçada: “Vou quebrar esse telefone, apaga essa porra agora”. Ela diz que Rafael impedia ela de deixar o local: “Eu estou aqui agora com esse homem, que não me deixa ir embora”.

Ao saber que os agentes da Deat estavam na comunidade, o homem deixou a casa com a mulher. Ele foi capturado em uma das ruas da comunidade da Babilônia.

Segundo a Deat, o homem tem outras quatro passagens por violência contra mulheres. A Polícia Civil informou que ele vai responder por crime contra a liberdade pessoal.

Durante audiência de custódia nesta quarta-feira, o Tribunal de Justiça do Rio converteu a prisão em flagrante em preventiva. A juíza Danielle Lima Pires Barbosa diz que “a conduta do custodiado se reveste de extrema gravidade”.

“A conduta do custodiado se reveste de extrema gravidade, visto que privou, mediante violência e grave ameaça, a liberdade da vítima por diversos dias, mantendo-a trancada dentro da sua residência, impedindo que ela retornasse para o seu país de origem, comportando-se como seu verdadeiro dono, ainda promovendo, contra ela, violência emocional”, afirmou.

“Até que, após autorização do custodiado para que usasse seu telefone celular, com a condição de verificar o conteúdo das mensagens escritas, (Penelope) conseguiu enviar uma mensagem em inglês para sua amiga brasileira, que, por sua vez, acionou a Polícia Militar”, acrescentou.

O Estadão não conseguiu contato com a defesa do acusado.