24/11/2022 - 21:40
Autoridades policiais da Índia dizem que ratos são responsáveis pelo “sumiço” de quase 200 kg de maconha apreendidos de traficantes e mantidos em delegacias do país.
“Os ratos são animais minúsculos que não têm medo da polícia. É difícil proteger a droga deles”, diz o comunicado emitido pelo tribunal de justiça do estado de Uttar Pradesh, citado pela emissora estatal britânica BBC.
+ MP e polícia combatem tráfico de drogas e roubo de cargas no Rio
O tribunal pediu à polícia que apresentasse as drogas como prova em casos envolvendo o crime de tráfico. Porém, em três casos a maconha teria sido destruída pelos roedores.
Segundo o juiz Sanjay Chaudhary, citado pela emissora, em uma ordem de ajuntamento de provas, quando o tribunal pediu à polícia que apresentasse a droga apreendida, receberam como resposta a informação de que 195 kg de maconha teriam sido “destruídos” por ratos.
Chaudhary afirma que cerca de 700 kg de Cannabis sativa apreendidos pelas autoridades e que estão guardados em delegacias no distrito de Mathura correm “risco de infestação por ratos”.
De acordo com o juiz, a polícia não teria experiência para lidar com essa ameaça, pois os roedores seriam “pequenos demais”. A única maneira de proteger os materiais apreendidos contra “esses destemidos ratos”, acrescenta o magistrado, citado pela BBC, seria leiloar a maconha para laboratórios de pesquisa e empresas de medicamentos, com os lucros sendo revertidos para o governo.
A emissora lembra que, em 2018, oito policiais argentinos foram demitidos depois de culpar ratos pelo desaparecimento de meia tonelada de maconha de um depósito policial. Mas os especialistas contestaram a afirmação, dizendo que os animais provavelmente não confundiriam a droga com comida e “se um grande grupo de ratos a tivesse comido, muitos animais mortos teriam sido encontrados no depósito”.
Um estudo publicado em 2019, publicado no periódico científico Drugs and Alcohol Dependence, descobriu que, quando ratos de laboratório recebiam massa com cannabis, eles “tendiam a se tornar menos ativos e a temperatura corporal também diminuía”.