20/10/2022 - 20:23
Embora cerca de 42% dos adultos nos EUA sejam obesos, os fatores responsáveis por esse nível “endêmico” de obesidade no no país não são totalmente conhecidos pela comunidade científica. Para tornar o desafio um pouco mais difícil, estudo feito recentemente no país aponta um possível novo vilão que ainda não estava no radar dos cientistas como fator de risco para a obesidade (especificamente em mulheres): a poluição do ar.
Ou seja, além de o consenso científico hoje em dia apontar que existem múltiplos fatores que concorrem para causar a obesidade, esse estudo realizado pela Universidade de Michigan aumentou o número de possíveis fatores que influenciam a obesidade, incluindo a poluição no rol de outros fatores mais conhecidos e bem estabelecidos por inúmeras pesquisas: a genética, a dieta adotada pela pessoa, o nível de massa muscular, a realização de exercícios e outros fatores ambientais.
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De acordo com o estudo, que foi publicado no período científico “Diabetes Care”, da Associação Americana de Diabetes, analisou 1.654 mulheres nos Estados Unidos com idade média de 49 anos, que foram acompanhadas entre 2000 a 2008.
Foram então coletados diversos dados, como peso, composição corporal e o nível de exposição à poluição do ar, dentre outros.
Principais descobertas – poluição
Xin Wang, o principal autor do estudo e pesquisador do Departamento de Epidemiologia da Universidade de Michigan, afirmou no estudo que conseguiu identificar uma correlação entre maior exposição à poluição e um maior risco de obesidade.
De forma geral, a maior exposição à poluição está ligada a um maior nível de gordura corporal e menos massa corporal magra em mulheres.
Na média, as mulheres expostas à poluição do ar tiveram um aumento na gordura corporal de 4,5% ou cerca de 1,7 quilo.
Além disso, os pesquisadores analisaram como a poluição do ar e a atividade física influenciaram a composição corporal, concluindo que a atividade física é uma forma de compensar a exposição à poluição.
Segundo Wang, isso ocorre por que existe uma relação entre a exposição a material particulado fino (MP2,5), dióxido de nitrogênio (NO2) e ozônio (O3) e o peso, o IMC, a circunferência da cintura e o nível de massa gorda e magra em mulheres de meia idade.
Isso porque, por exemplo, esses materiais estariam ligados à inflamação do tecido adiposo, que contribui para a obesidade.
Segundo Wang, o MP2,5 foi um dos mais ligados ao aumento na gordura corporal (4,5%) e na massa gorda (1,1%) presente no organismo.
No entanto, o estudo afirma que associações semelhantes também foram observadas para NO2 e O3. Mais informações podem ser conferidas no estudo.