05/01/2021 - 15:58
O chefe da diplomacia dos Estados Unidos, Mike Pompeo, classificou o acordo de investimentos entre a União Europeia e a China como “fraco”, dizendo, em entrevista divulgada nesta terça-feira (5), que ele não protege contra as ameaças de Pequim.
“Quando observamos, é um acordo fraco. Não protege os trabalhadores europeus da predação do Partido Comunista Chinês”, disse o secretário de Estado americano em um programa do canal Bloomberg.
As críticas de Pompeo ao pacto é a primeira declaração pública de um integrante do governo em fim de mandato de Donald Trump.
No mês passado, Jake Sullivan, conselheiro de Segurança Nacional do presidente eleito, Joe Biden, já havia pedido aos aliados europeus “consultas preliminares” sobre suas “preocupações em comum em relação às práticas econômicas da China”.
Pompeo, considerado um crítico fervoroso da China, não chegou a pedir à UE que cancelasse o acordo, mas deixou claro que os Estados Unidos não desejam fazer um pacto semelhante.
“Nós nos preocupamos muito com nossos trabalhadores, com nosso povo, com nossa manufatura, com nossa propriedade intelectual, para assinar um acordo fraco que continuaria a permitir que a China se envolvesse em atividades que não são justas, equilibradas e recíprocas”, afirmou Pompeo.
A União Europeia e a China chegaram a um acordo de princípio em 30 de dezembro, após sete anos de negociações.
Bruxelas espera que este pacto de investimentos abra o grande mercado interno do gigante asiático, com forte potencial para as empresas europeias, proporcionando um necessário impulso após meses de crise econômica devido ao coronavírus.
As negociações avançam para a assinatura do acordo, apesar das preocupações expressas pela UE sobre a situação dos direitos humanos na China, incluindo a prisão de pelo menos um milhão de uigures e outros muçulmanos que falam a língua turca.
O pacto representa uma grande vitória para a China após os esforços do governo Trump para isolar o país. Entre outras questões, os EUA incentivam países ao redor do mundo a abandonar os equipamentos de telecomunicações 5G desenvolvidos pela gigante chinesa Huawei, alegando riscos de segurança.