03/06/2016 - 15:41
À beira do mar mediterrâneo, na Espanha, um grupo de 20 criadores de negócios se reúne numa mansão do século XIV. O lugar – unindo um belíssimo visual, geografia e história – é um convite a imergir em um projeto e construí-lo em realidade. É impossível não ficar entusiasmado. O local serviu de moradia para nobres, funcionou como convento e, no início do século passado, foi transformado em residência de verão do rei Afonso XIII. Mas naquele fim de semana ensolarado de maio, o casarão pendurado sobre o penhasco de Sant Pere de Ribes, na região de Barcelona, é território para o empreendedorismo. Por alguns dias, é a sede chamada de “Escola da Vida”, criada por um dos maiores fomentadores do empreendedorismo brasileiro, Ricardo Bellino, com o intuito de compartilhar lições e conhecimentos adquiridos na prática. “Sou um semeador de ideias consideradas por muitos como impossível. Adoro ‘engravidar’ as pessoas com o meu entusiasmo, para que eles deem à luz projetos que se tornam sonhos a serem sonhados por muitos”, diz Bellino.
Ali, de fato, se comemorava um nascimento. Bellino liderava o primeiro grupo de Elit+ Master Minds. Durante cinco dias, os empreendedores participaram de workshops, sessões individuais de consultoria, análise de personalidade através do estudo do Eneagrama, aulas de yoga e jantares regados a vinho espanhol, boas conversas e network. Mas teria um segredo capaz de transformar as expectativas das pessoas em empreendedorismo real? Para Bellino, sim. “O Elit+ Master Mind me deu a oportunidade de mostrar para o mundo o meu sonho, de onde eu saí, aonde eu cheguei e aonde irei chegar”, diz o empresário, conhecido por ter se tornado sócio, aos 22 anos, de John Casablancas, fundador da Elite Models, e por ter convencido Donald Trump a ser seu sócio em apenas 3 minutos.
“E me fez acreditar no impossível e potencializar dentro de mim a capacidade de transformar todo o meu sonho em realidade. Mostrar que um simples comprador de latas, no posto 6 em Copacabana, se transformou num empreendedor com ambições globais”. Belino se refere a Higor Barrozo, um dos integrantes do grupo reunido na Casa Del Mar. Ex-modelo, surfista e comprador de latas que soube enxergar uma oportunidade em sua condição e hoje é sócio na empresa LBRX – responsável pela coleta, transporte e distribuição de resíduos biológicos, extraordinários (lixo comum ) e químicos, além da compra e venda de recicláveis metálicos e transformação destes em produtos siderúrgicos. A empresa de Higor faturou no ano passado, R$ 124 milhões. A estimativa para este ano é de R$ 250 milhões. Mas o objetivo vai até 2020, quando o faturamento pretendido será de R$ 1bilhão.
Para muitos, acreditar no impossível é perda de tempo. Mas para quem conhece um dos principais conceitos do “Master Mind Group”, entenderá que transcender faz parte de um processo coletivo, por um único objetivo. Quando em 1908, Napoleon Hill entrevistou Andrew Carnegie – o Bill Gates daquele tempo, o homem mais rico do mundo – este viu um brilho diferente nos olhos do jovem repórter e decidiu revelar a ele a sua crença de que seria possível, por meio de extenso trabalho de pesquisa, identificar em homens vencedores características que poderiam ser desenvolvidas nas pessoas. Segundo Carnegie, a ciência pela qual tinha prosperado e se tornado um homem tão importante, era uma uma seleção de virtudes que, se combinadas em uma personalidade, garantiriam o completo êxito de tal indivíduo.Foi assim que Carnegie atribuiu uma missão a Napoleon Hill: encontrar e entrevistar o maior número possível de pessoas bem sucedidas e escrever essa espécie de fórmula para o sucesso.
Vinte anos mais tarde, Hill completou a sua pesquisa e colocou-a no livro “Think and Grow Rich”, na qual concluiu que ao reunir duas mentes voltadas ao mesmo objetivo são capazes de gerar uma força invisível e intangível, equivalente a uma terceira mente ainda mais poderosa. Assim, um grupo Master Mind poderia, segundo ele, aumentar geometricamente o sucesso mútuo. Até hoje o livro de Hill é um sucesso, tendo vendido mais de 30 milhões de exemplares.
O gaúcho Fabricio Morini é filho de um empreendedor que comanda uma empresa com mais de 25 anos de experiência no segmento industrial. É também fundador da Morini Air – escola de aviação civil que tem como missão entregar o que há de mais moderno em termos treinamento de profissionais para esse mercado. Morini é do tipo que sonha grande. Em um de seus encontros com Ricardo Bellino – ele participou de três encontros organizados pelo empreendedor (Key Biscane, Ilha Bela e agora Barcelona) — falou sobre a ideia de uma mega universidade que atenderia toda mão de obra da aviação. “Bellino não só abraçou meu projeto, acrescentando muito sobre o todo, como apresentou parceiros em potencial e se colocou ao meu lado como mentor.”
No último mês, Morini que tem como seu mestre o fundador da Embraer Ozires Silva, conseguiu o apoio da conceituada PWC Brasil para que pudesse desenhar o projeto final. E não vacila em dizer: “Vamos mudar o conceito de treinamento na América latina, aproveitando os excelentes profissionais que temos no Brasil”. Para Morini, o papel que Bellino faz é, sem dúvida, um trabalho nobre, capaz de mudar a visão das pessoas em termos de negócios, elevando-as para um patamar mais alto. “Ricardo é uma espécie de midas, um motor impulsionador das coisas, ele tem coragem suficiente para fazer o que muitos não têm: desconstruir o bom para erguer o ótimo”, concluio jovem empreendedor.
Atualmente, os grupos Master Mind vem se expandindo e é fácil de ver por quê. Os participantes se desafiam para serem os melhores, para fazerem o melhor, para definirem objetivos e alcançá-los. Eles oferecem uns aos outros orientação, apoio, ideias, conhecimentos, feedback e visão. Foi a partir de uma experiência como essa que Leonardo Fortunatti transformou sua vida. Ele já vendia sorvete aos 10 anos de idade e sonhava com o frango de padaria que ganhava como incentivo, no domingo, pela gorda venda durante a semana. Desde esta época, sua força de guerreiro e instinto de competitividade foram absorvidos em seu DNA. “Mas foi no Elit+ Master Mind que, através do Bellinoe de seu time, fui inspirado a fazer a história daquele vendedor de picolé ser o princípio de um império do sorvetes”, conta Fortunatti.
O investimento para fazer parte do Elit+ Master Mind não é pequeno: US$ 30 mil. Não é apenas o dinheiro, porém, que determina a adesão ao seleto grupo. Para ser aceito, o interessado deve passar por um processo de entrevista e convencer que possui mais do que um bom negócio. Criatividade e inteligência emocional são fundamentais para contribuir com o grupo de empreendedores. Bellino adverte: “Não estou procurando pessoas que querem apenas ganhar dinheiro e ficar ricas, mas pessoas comprometidas e com um propósito de vida.” Ao longo dos 12 meses o programa prevê ainda outro período de imersão de cinco dias, em Florianópolis, um encontro de dois dias em São Paulo e outras plataformas de relacionamento com um grupo de empresários de primeira linha ligados a Bellino. “Trata-se para mim de um projeto legado, com um propósito muito claro e um compromisso”, afirma o empresário. “Estou desenvolvendo este projeto para ao longo dos próximos 30 anos construirmos um grupo que, com a força de suas mentes brilhantes, seja capaz de fazer coisas que para a maioria das pessoas seria simplesmente impossível”.
O envolvimento e o trabalho como mentor de pessoas como Fortunatti rendeu a Bellino a nomeação, em Barcelona, na Espanha, como ”Evangelista da Realização Pessoal”, pelo representante da Fundação Napoleon Hill no Brasil e Presidente do Grupo Master Mind Brasil, Jamil Albuquerque. Além disso, ele receberá no sábado 4 de junho, no Copacabana Palace, o trofeu JK como Personalidade Empreendedora do Ano, ao lado de grandes nomes do empreendedorismo nacional, como Luiz Seabra (Natura), Nizan Guanaes (Grupo ABC) e Luiza Trajano (Magazine Luiza).