Em evento do programa Terra da Gente, de reforma agrária, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta quinta-feira, 29, que, “por mais que você sofra”, por estar no governo, “há dias para apagar o sofrimento”, se referindo à criação oficial de um assentamento com 440 famílias, na comunidade Maila Sabrina, entre os municípios de Ortigueira e Faxinal, na região centro-sul dos Campos Gerais do Paraná.

“Servir ao governo do presidente Lula é sempre uma coisa interessante. Por mais que você sofra, com o tanto que você é criticado, que você é isso, que você é aquilo, tem o dia de hoje (ontem) para apagar todo o sofrimento e a gente celebrar a vida de vocês”, disse o ministro, que ficou longe de Brasília ontem.

Ao lado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Haddad discursou, lembrou do passado do pai, agricultor, e afirmou que já teve uma atuação com o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).

“Já dei muita aula para o MST, convidado pela direção do movimento, mas eu tive muito mais aula do que dei no MST, porque as pessoas precisam compreender o sentido da luta de vocês. Vocês são agentes transformadores desse País, vocês lembram a todo momento, ao contrário do que dizem, que vocês conhecem a Constituição e querem fazer cumprir a Constituição. É exatamente o oposto do que tentam disseminar”, disse o ministro da Fazenda.

Projeto do IR

Mais tarde, em Santa Catarina, Haddad disse que, “por muitos anos, todo mundo fingia que não via problema” na cobrança de Imposto de Renda sobre a população mais pobre e que “todo mundo ficava com medo de mexer nessa ferida”.

“Por muitos anos, todo mundo fingia que não via problema, que o rico não paga IR e o trabalhador paga muito IR. E todo mundo ficava com medo de mexer nessa ferida. Lula mandou um projeto para o Congresso”, disse.

O ministro da Fazenda afirmou ainda que “ninguém está sendo punido” pelo projeto. “O rico que paga 2% e ganha R$ 1 milhão vai ser chamado a contribuir com sua cota justa. Não é com penalidade. Ninguém está penalizando ninguém, ou com ciúme de ninguém. A professora de escola pública paga 10% de IR. Por que a pessoa que ganha R$ 1 milhão não pode pagar 10% de IR?”, questionou.

Em março, o governo enviou ao Congresso projeto que isenta o IR para quem ganha até R$ 5 mil.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.