04/04/2012 - 21:00
Às vésperas da abertura de capital do Facebook, que promete ser o mais badalado IPO de todos os tempos, com captação de mais de US$ 5 bilhões, seria natural imaginar que o CEO Mark Zuckerberg estaria concentrado acertando os detalhes ou participando de road show com investidores. Nada disso. Zuckerberg pôs o pé na estrada e foi para Xangai, na China, onde foi visto passeando com sua namorada, Priscilla Chan, a tiracolo. Curiosamente, com tanto lugar amigável para ir, ele escolheu o país que veta o Facebook . Qual será o próximo destino? Que tal a Coreia do Norte?
Estudo
O País dos super-ricos
O número de super-ricos – aquela parcela da população dona de patrimônio acima de US$ 100 milhões – aumentará em 59% no Brasil, até 2016, segundo pesquisa realizada pela consultoria britânica Knight Frank e pelo banco americano Citi Private Bank. Em todo o mundo, o crescimento será de 37%. Em 2011, o patrimônio líquido total dos super-ricos somava US$ 39,9 trilhões.
Salários*
Quer ganhar quanto?
O brasileiro precisaria de um salário mínimo de R$ 2.323,21 para arcar com suas despesas básicas, de acordo com dados divulgados pelo Dieese. A entidade verificou que são necessárias 3,74 vezes o valor do salário mínimo vigente, de R$ 622, para suprir as demandas do trabalhador. Se comparada ao salário de pessoas famosas, a distância é gigantesca. Para ganhar o salário mensal do jogador Neymar, por exemplo, um assalariado precisaria trabalhar 400 anos. Ou ser um gênio da bola.
Montadoras
A manobra da Chery
A fabricante de carros chinesa Chery, em uma manobra que deverá mudar seus rumos no País, antecipou em um ano os planos de fazer por conta própria a gestão dos seus negócios. Até aqui, os carros da marca eram representados no País pela Venko, ligada ao grupo JLJ, de Salto (SP), que como recompensa terá o direito de explorar com exclusividade a linha de caminhonetes Rely. O presidente no Brasil será o executivo chinês Kong Fan Long. O brasileiro Luis Curi permanece como CEO e ficará responsável pelas estratégias comerciais da Chery, que construirá sua primeira fábrica fora da China, em Jacareí (SP), até o fim de 2013. “Queremos manter os preços e apenas a matriz pode assumir esse prejuízo”, disse Curi, referindo-se à alta do IPI.
Protecionismo
A guerra dos porcos
O governo brasileiro começa a provar um pouco de sua própria retranca comercial. Por ordem da presidente Cristina Kirchner, o país vizinho determinou que a importação de carne de porco brasileira seja limitada, de modo similar ao sistema de cotas que o Brasil adotou com o com o México no setor automobilístico e já cogitado para a importação de vinhos. Atualmente, 75% da carne suína importada pela Argentina é brasileira. Em 2011, a exportação chegou a 35,6 mil toneladas. A restrição vale também para embutidos.
Números
R$ 175 bilhões - É a arrecadação de impostos do governo federal nos dois primeiros meses do ano, uma alta de 6% em comparação com o primeiro bimestre de 2011.
R$ 4,7 bilhões - foram as vendas da rede de farmácias Raia Drogasil em 2011, um aumento de 19,7% em relação a 2010.
US$ 14,5 bilhões – é a receita global das vendas de software prevista pela consultoria americana Gartner, em 2012, uma expansão de 17,9% em relação ao resultado do ano passado.
€ 23,6 bilhões - foi o faturamento do grupo francês LVMH, o maior conglomerado de luxo do mundo, cerca de 15% acima dos € 20,3 bilhões do período anterior.
R$ 3,6 bilhões - foi o lucro da CSN, no ano passado, resultado 46% superior ao de 2010. O desempenho foi puxado pela alta do minério de ferro.
R$ 60 bilhões - é a previsão de investimentos das locadoras de automóveis no País até 2014, ano da Copa do Mundo no Brasil. Os recursos serão empregados principalmente na renovação da frota.
US$ 462 milhões - é o valor das importações brasileiras de vestuários, entre janeiro e fevereiro, cifra 72,5% acima do mesmo período de 2011.
Música
Curtas
A Randon, fabricante gaúcha de implementos rodoviários, assinou na quarta-feira 28, de uma só vez, contratos que somam
R$ 100 milhões com o Ministério do Desenvolvimento Agrário e com a Companhia Riograndense de Mineração e com a Usiminas.
O frigorífico Marfrig registrou prejuízo líquido de R$ 746 milhões no ano passado, revertendo um lucro de R$ 146 milhões de um ano antes. A queda dos resultados é atribuída à valorização do real diante do dólar.
O Baseball Guggenheim Managment, consórcio americano liderado pelo ex-astro da NBA Magic Johnson, fechou, na quarta-feira 28, um acordo de US$ 2 bilhões para a compra da equipe de beisebol do Los Angeles Dodgers.
Investimento
Vinhos franceses, made in China
Não se espante se você encontrar um rótulo em mandarim em uma garrafa de vinho francês. Os investimentos chineses na Europa foram multiplicados por sete desde o início da crise financeira mundial, em 2008, saltando de US$ 876 milhões para US$ 6,8 bilhões no ano passado, segundo a Conferência das Nações Unidas para o Comércio e o Desenvolvimento. Os chineses já adquiriram ou compraram participação, por exemplo, em vinhedos na França, em companhias de energia em Portugal, em fábricas de máquinas na Alemanha e em montadoras de veículos na Suécia. Eles estão comprando tudo.
Entrevista
“O momento de comprar empresas europeias é agora”
Nos últimos 30 anos, empresas europeias compraram dezenas de estatais e empresas privadas brasileiras. Agora, o Brasil precisa fazer o caminho inverso, na opinião de Alejandro Pinedo, presidente da consultoria Interbrand, especializada em fusões e aquisições.
Depois de viver um ciclo de euforia, o mercado de fusões parece ter esfriado…
Não acredito nisso. Pouco tempo atrás, houve um ciclo muito forte de grandes fusões. Sadia e Perdigão se uniram, assim como o Itaú e o Unibanco, e o que está ocorrendo com a TAM e a chilena LAN. Desde então, têm ocorrido fusões menores, mas não menos importantes.
Há espaço para novas grandes fusões?
Em alguns setores, não. O mercado bancário, por exemplo, já fez as fusões que estavam disponíveis. O mesmo ocorre no setor aéreo. Mas acredito que as fusões começarão a acontecer fora do Brasil. Há muita oportunidade de compra lá fora, especialmente na Europa.
Não é perigoso comprar empresas em mercados em crise?
As empresas brasileiras nunca estiveram em melhor situação financeira. Aquelas que expandiram suas atuações no Exterior estão muito bem. É o caso do Itaú e da Votorantim. Além disso, os preços estão baixos lá fora. Pode apostar. O momento de comprar empresas europeias é agora.
Colaborou: Carlos Eduardo Valim
