07/05/2022 - 1:20
Uma revolução silenciosa está em andamento na forma como transitamos a segurança do aeroporto – mas a maioria de nós nem notou. A exigência de colocar líquidos em recipientes de 100 mililitros e retirar eletrônicos das sacolas é um marco nas viagens aéreas há quase 16 anos. No entanto, em muitos aeroportos ao redor do mundo, já existe uma nova tecnologia que permitirá que essa regra seja descartada, e alguns agora estão começando a abandonar a proibição.
Em outubro de 2021, o Aeroporto de Shannon, no oeste da Irlanda, anunciou discretamente seu novo sistema de segurança de varredura de tomografia computadorizada de última geração, instalado a um custo de US$ 2,6 milhões.
Líquidos e eletrônicos agora podem permanecer em bolsas, sem restrições no volume de líquidos, e as malas de cabine podem ser levadas pelas varreduras em novas bandejas maiores.
Não é a primeira vez que Shannon, o aeroporto mais ocidental da Europa, é pioneiro global. A primeira loja Duty-Free do mundo foi inaugurada aqui em 1947. “É um dos projetos que o Shannon Group assumiu durante o período de severas restrições de viagens na aviação”, disse Nandi O’Sullivan, chefe de comunicações.
Então, como funciona essa nova tecnologia de tomografia computadorizada, quais aeroportos já estão usando e por que mais lugares não estão relaxando suas restrições?
Kevin Riordan, chefe de soluções de checkpoint da Smiths Detection, empresa que fornece os equipamentos de segurança da Shannon e líder global em tecnologia de tomografia computadorizada, explica.
Assim como as tomografias computadorizadas que conhecemos dos hospitais, os scanners de segurança nos aeroportos substituem a varredura convencional de raios-X 2D por imagens 3D muito mais precisas.
“Você pode obter muitas informações de uma imagem 2D, mas se tiver um objeto 3D na mão, obterá muito mais informações”, diz Riordan.
“Do ponto de vista da segurança, eles são capazes de tomar decisões muito precisas sobre quais materiais estão em sua bolsa: é um material de ameaça provável ou benigno. Isso é melhor segurança, melhores decisões.”
O Aeroporto de Shannon estima que o tempo gasto na triagem de segurança dos passageiros será reduzido pela metade pela nova tecnologia e, sem surpresa, Riordan diz que o feedback dos passageiros foi muito positivo nos aeroportos onde as novas máquinas foram testadas.
A proibição de líquidos foi introduzida em todo o mundo depois que um plano terrorista transatlântico foi frustrado em agosto de 2006, no qual um grupo planejava detonar explosivos líquidos a bordo de vários voos. Tornou-se parte da vida cotidiana, mas muitos de nós lembramos com carinho dos tempos em que as filas de segurança eram mais rápidas e a bagagem era mais simples.