07/07/2016 - 0:00
A operadora de telefonia TIM vai anunciar nesta semana uma parceria com a operação de comércio eletrônico de moda Dafiti. Trata-se de um acordo comercial no qual os clientes da empresa ganham descontos em compras na loja do site.
Visto sob esse ângulo, parece uma parceria comum, como as que são feitas pela maioria das empresas. Mas por trás desse acordo há uma aposta pesada da TIM no mundo dos aplicativos para smartphones.
A TIM e a Dafiti estão lançando o aplicativo TIM Fashion, que integra não só a questão comercial, como conteúdo sobre o mundo da moda.
Não é o único acordo deste tipo. Nos últimos tempos, a operadora controlada pela Telecom Italia está lançando uma série de aplicativos com essa mesma proposta.
O TIMmusic, em conjunto com o serviço de música online francês Deezer, por exemplo, conta com mais de 1,2 milhão de clientes e mais de 20 milhões de streaming por mês.
O TIM Viagens tem parceria com o Booking e o ViajaNet. O Tim Gourmet, por sua vez, é um acordo com chef Claude Troisgros, que já conta com mais de 400 mil assinantes. O TIM Kids é uma plataforma para o público infantil.
O que está por trás dessa estratégia da TIM? “O cliente fica mais fiel à operadora e a nossa receita total por usuário aumenta”, afirma Fábio Freitas, gerente de serviços de valor agregado da TIM.
A operadora de origem italiana também está se defendendo de um novo comportamento do consumidor. Com o advento dos aplicativos de mensagens, como o WhatsApp, os usuários estão deixando de ter dois ou três chips para se concentrar em uma única operadora.
Isso afeta diretamente a TIM, que ancorou sua estratégia nos últimos anos em serviços pré-pagos. A TIM, por exemplo, perdeu 9 milhões de clientes em seus planos pré-pagos do primeiro trimestre de 2016 em relação ao mesmo período do ano passado. Mas só conseguiu ganhar 500 mil consumidores para seus planos pós-pagos.
Esse comportamento não é exclusivo dos clientes da TIM. A debandada dos consumidores dos planos pré-pagos afeta todas as operadoras, sem distinção. A rival Vivo tem uma estratégia semelhante e planeja investir bilhões em aplicativos.
Com os aplicativos, o plano da TIM é fazer com que os consumidores tenham motivos para escolher a TIM como sua operadora. E, principalmente, passe a consumir mais produtos, em especial dados.
Os primeiros resultados começam a aparecer. Os aplicativos estão dentro de uma área chamada de serviços inovativos, que inclui receitas com dados e serviços de valor adicionado, sem contabilizar a receita de SMS.
No primeiro trimestre de 2016, a receita de serviços inovativos atingiu R$ 1,3 bilhões, uma alta de 26% sobre o mesmo período do ano passado.