O dinheiro começou a se mover depressa nos mercados acionários em novembro. Temerosos, os investidores europeus migraram de países arriscados, como Grécia, Portugal e Espanha, para portos mais seguros como a Alemanha, cujas ações avançaram 8,5%. O mercado americano subiu 13%. No Brasil, porém, o Índice Bovespa caiu mais de 7%, apesar de as empresas exibirem bons resultados. “Os investidores estão temerosos com relação à maneira de o governo enfrentar a inflação”, diz Eduardo Collor, analista da Banif Corretora. 

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Frankfurt: refúgio para o capital europeu

 “Parece que Brasília está tentando apagar um incêndio usando xícaras de café.” Aluísio Melo, analista da corretora Agora, acrescenta que a recente alta dos juros drenou recursos internacionais das ações para a renda fixa. “O volume diário médio caiu de R$ 6,5 bilhões em dezembro para R$ 4,8 bilhões em maio, uma baixa de 26%”, diz ele. “Com menos dinheiro, as ações caem.” Segundo os especialistas, não há razões para esperar uma reversão do cenário no curto prazo. “O índice deve oscilar entre 57.000 e 71.000 pontos por muito tempo”, diz Collor.

 

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