LISBOA (Reuters) – Portugal registrou mais de mil mortes relacionadas à atual onda de calor, com a maior autoridade sanitária nacional alertando nesta terça-feira que o país precisa se preparar para lidar com os efeitos das mudanças climáticas enquanto as temperaturas continuam a subir.

“Portugal está entre uma das áreas do globo que podem ser as mais afetadas pelo calor extremo”, afirmou Graça Freitas, diretora-geral de Saúde do país à Reuters. “Precisamos estar mais e mais preparados para os períodos de altas temperaturas.”

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As temperaturas no país, atingido gravemente pela seca, ultrapassaram os 40º Celsius na semana passada. Embora elas tenham caído nos últimos dias, Freitas disse que permaneceram acima dos níveis normais para esta época do ano.

A Diretoria Geral de Saúde (DGS) reportou 238 mortes excessivas por conta da onda de calor entre 7 e 13 de julho, mas Freitas disse que o número de fatalidades subiu para 1.063 no período até 18 de julho.

As altas temperaturas, a seca contínua e a administração deficitária das florestas são as culpadas pelos diversos incêndios florestais espalhados por Portugal. Bombeiros também combatem incêndios em outros países do sul da Europa, incluindo a Espanha.

Carlos Antunes, um pesquisador da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, disse em entrevista que os dados mostram que os mais velhos são os que têm o maior risco de morrer por conta de ondas de calor.