O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, terá um encontro em Baden-Baden, no âmbito da reunião financeira do G-20 (grupo que reúne as 20 maiores economias do mundo) com o secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Steen Mnuchin. “Será uma conversa de apresentação, mas a nossa posição é clara: somos favoráveis à maior abertura comercial. Isso é bom para todos”, disse a jornalistas, após participar de seminário em Frankfurt.

Meirelles salientou que o Brasil tem a experiência de economia fechada e que o resultado disso para o crescimento e o emprego não foi positivo. “Abertura faz bem ao crescimento, e sabemos do que estamos falando”, argumentou.

Mais cedo, em entrevista à rede de televisão americana CNBC, ele afirmou que a redução da produtividade é uma consequência do fechamento de mercado e que, no caso da inflação, também há chance de ampliação com a redução das importações.

O ministro esteve em Frankfurt para participar da conferência do Instituto Internacional de Finanças (IIF) sobre o G-20, em Frankfurt: “A agenda do G-20 sob a presidência da Alemanha”. Nesta quinta à tarde (horário de Brasília), ele parte para Baden Baden, também na Alemanha, onde ocorrerá a reunião financeira do G-20.

Crédito

Meirelles também avaliou que não há restrição à concessão de crédito no Brasil. Ele explicou que a demanda por financiamentos estava baixa por causa da recessão, mas que já há indicações de aumento. Além da questão da atividade, o ministro também salientou que a expectativa de baixa das taxas deve fomentar o setor. “A tendência é de queda dos juros para o crédito, acompanhando a Selic”, afirmou.

A taxa básica de juros está em 12,25% ao ano e há expectativa no mercado financeiro de que fique apenas em um dígito até o final de 2017. “Esperamos queda de juro ao longo o ano, mas não só da Selic”, disse Meirelles.

ICMS

Pouco antes de sair de Frankfurt para Baden-Baden, na Alemanha, o ministro reforçou que o número veiculado pela imprensa referente à perda potencial total do governo – R$ 249 bilhões -, diante da decisão de quarta-feira do Supremo Tribunal Federal (STF) de que o ICMS não compõe a base de cálculo para a cobrança do PIS e Cofins, é muito grande.

De acordo com o ministro, uma avaliação mais precisa não é possível porque não há dados na Justiça sobre o número de ações protocoladas no Brasil.

Os dados de perda potencial consideram que todos os contribuintes entraram na Justiça em 2008, o que não é real. O ministro acrescentou que se todos tivessem decidido recorrer à Justiça agora seriam R$ 100 bilhões porque a data retroage a cinco anos da entrada da decisão do Supremo – no caso de 2008, seria até 2003.

Meirelles disse ainda que, daqui para a frente, a perda será de R$ 20 bilhões por ano, se todos decidirem entrar na Justiça, cenário que também não é viável.