Na manhã desta quinta-feira, 18, o setor de aviação civil foi surpreendido pela notícia de que uma fusão entre as companhias áreas Azul e Gol poderia estar próxima de ser concretizada. De acordo com a Bloomberg Línea, as negociações caminham para um acordo com o controlador acionista da Gol, segundo pessoas familiarizadas com o assunto.

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As ações da Gol (GOLL4) na B3 fecharam a R$ 1,41, alta de 2,92%, enquanto as de Azul (AZUL4) terminaram o dia a R$ 10,07, queda de 3,82%.

Considerando o cenário plausível, o Grupo Abra contribuiria com suas ações da Gol para a Azul em troca de uma participação na companhia aérea combinada, disse uma fonte. Esse tipo de transação poderia atrair Azul, já que a companhia não teria que comprometer a fusão com aportes financeiros, segundo a reportagem.

Nesse cenário hipotético, a Abra manteria a propriedade total de sua participação em outra companhia aérea latino-americana, a Avianca Holdings. Vale ressaltar que qualquer acordo precisaria de aprovação por controladores, credores e acionistas das empresas, juntamente com órgãos reguladores.

Em março, a Bloomberg já havia informado que a Azul contratou o Citigroup Inc. e a Guggenhein Partners para explorar um possível acordo com a Gol, que passa por reestruturação após entrar com um processo de Chapter 11 (recuperação judicial) nos Estados Unidos.

Procuradas pela IstoÉ Dinheiro, Gol e a Azul ainda não comentaram o assunto.

Na avaliação de especialistas ouvidos pela Istoé Dinheiro em março, uma eventual fusão seria um ótimo negócio para acionistas e credores da Gol, mas geraria uma maior concentração no mercado doméstico, o que acarretaria em maiores preços nas passagens e até mesmo queda na qualidade dos serviços.