Por Bernardo Caram

BRASÍLIA (Reuters) -A caderneta de poupança registrou saque líquido de 3,755 bilhões de reais em junho, mostraram dados do Banco Central nesta quinta-feira, na maior retirada para o mês desde 2015, quando o resultado foi negativo em 6,261 bilhões de reais.

Do total do mês passado, os saques superaram os depósitos no Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) no valor de 3,333 bilhões de reais. Já na poupança rural, as saídas líquidas foram de pouco mais de 422 milhões de reais.

Com o fim da greve de servidores, o BC começou a apresentar indicadores cujas divulgações estavam atrasadas. Além dos dados de junho, a autoridade monetária trouxe também os números de maio, quando houve captação líquida de 3,515 bilhões de reais na poupança.

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Depois de ingressos recordes em 2020, com o pagamento do auxílio emergencial e o nível baixo da taxa básica de juros, o fluxo de recursos na poupança apresentou uma reversão de sentido em 2021.

Sem repasses sociais emergenciais e diante do agressivo aperto monetário implementado pelo BC para segurar a inflação, o que diminuiu sua atratividade frente a outros investimentos, a poupança vem acumulando retiradas significativas.

No primeiro semestre de 2022, maio foi o único mês com resultado positivo. No acumulado do ano, a poupança já registra saque líquido de 50,489 bilhões de reais.

Com os juros básicos da economia acima de 8,5% ao ano (a Selic está agora em 13,25%), os depósitos na poupança voltaram a ter rendimento fixo de 0,5%, ou 6,17% ao ano nominal, acrescido da taxa referencial (TR), o que deixa a remuneração mais baixa do que outros investimentos de renda fixa.

(Edição de José de Castro)

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