Apesar da turbulência recente, os bancos nos Estados Unidos estão mais bem preparados para lidar com desafios do que em crises passadas. A conclusão é do atual presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), Jerome Powell, e de Ben Bernanke, que também já presidiu o BC dos EUA (2006-2014).

“Os bancos e o sistema bancário são fortes e resilientes e estão bem posicionados para lidar com os desafios que podem enfrentar agora ou no futuro”, disse Powell, em evento nesta sexta-feira, 19.

Para Ben Bernanke, que comandou o Fed exatamente durante a grande crise financeira, os bancos nos EUA também estão bem melhores do que no passado. “E isso faz uma grande diferença tanto em termos de estabilidade dos bancos, quanto em termos de impacto no consumo e na economia em geral”, disse, ao dividir o mesmo palco com Powell.

Nobel de Economia em 2022, Bernanke evidenciou que a situação do setor bancário nos EUA após a quebra do Silicon Valley Bank afeta as condições de crédito no país e que o Fed tem monitorado tais efeitos. “O Federal Reserve está, é claro, observando os efeitos dos problemas bancários e, portanto, na economia real”, acrescentou.

Ao ser questionado sobre a divisão de chapéus frente a turbulência bancária e a elevada inflação nos EUA, Powell disse que os instrumentos de política monetária e estabilidade financeira têm objetivos diferentes, mas não são independentes. Na sua visão, são complementares.

“As ferramentas são complementares, quase o tempo todo, porque a estabilidade financeira e a macroeconômica estão profundamente interligadas”, explicou Powell, acrescentando que o objetivo de obter o emprego máximo e a sustentabilidade da estabilidade de preços de forma dependem de um sistema financeiro estável.

Ambos participaram da Thomas Laubach Research Conference, evento criado em homenagem ao legado de Thomas Laubach, ex-diretor da Divisão de Assuntos Monetários do Fed.