O presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, voltou a afirmar nesta quarta-feira, 26, que não espera cortes de juros ainda este ano. Em coletiva de imprensa, Powell explicou que o relaxamento monetário possível para 2024 ainda será debatido pelo Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC, na sigla em inglês).

O banqueiro central acrescentou que o ritmo da política será determinante para a desinflação de serviços (exceto habitação) nos Estados Unidos. Segundo ele, a expectativa é de que os juros parem de ser elevados antes de a inflação retornar à meta. “Não vemos inflação voltando para a meta de 2% até cerca de 2025”, disse

Aperto quantitativo (QT)

O presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, afirmou que o banco central americano pode prosseguir com o processo de aperto quantitativo ao mesmo tempo em que corta juros em 2024. Na visão dele, esperar a inflação voltar à meta de 2% para encerrar a escalada da taxa básica seria a “estratégia errada”.

Em coletiva de imprensa, Powell comentou que as condições de empréstimos nos EUA estão “apertadas” e devem ficar ainda mais. Segundo ele, o Fed avalia com cuidado a situação do setor bancário.

O banqueiro central acrescentou que os juros têm desaceleração o mercado imobiliário. Segundo ele, a normalização da oferta tem papel importante na desinflação de bens.

Powell destacou que a retirada da Rússia do acordo de grãos com a Rússia será um risco mais significativo para países mais pobres e não deve influir na inflação americana. Ele aponta que espera que o índice de preços ao consumidor (CPI) siga em tendência negativa.

Período de crescimento

O presidente do Fed defendeu que o processo de redução da inflação para a meta de 2% demandará um período de crescimento econômico abaixo do potencial. Segundo ele, alguma perda de fôlego no mercado de trabalho continua a ser o resultado esperado da recente escalada de juros.

Em coletiva de imprensa, Powell disse enxergar sinais de aperto em vários setores da economia, entre eles o mercado de trabalho. O banqueiro central acrescentou que as restrições de crédito devem pesar na atividade, nas contratações e na inflação. De acordo com ele, o Fed leva em conta o ritmo de desaceleração da economia ao tomar suas decisões monetárias.