Deputados da ala oposicionista do PP e líderes de outros partidos da  oposição na Câmara deram como certo, no início da tarde desta  terça-feira, 12, que a bancada do PP deverá fechar posição a favor do  impeachment da presidente Dilma Rousseff durante reunião marcada para 16  horas desta terça-feira, 12. O encontro foi convocado pelo líder do PP  na Casa, Aguinaldo Ribeiro (PB), após rápida reunião da bancada pela  manhã.

Da ala oposicionista do PP, o deputado Jerônmio  Goergen (RS) disse que, pela suas contas, dos 51 deputados da legenda,  47 defenderão o impeachment e apenas cinco devem apoiar o governo  durante a reunião. “Isso vai de acordo com a maioria do partido”,  afirmou o parlamentar. Segundo ele, não haverá, contudo, punição a quem  não seguir a posição majoritária.

O líder do PSDB na  Câmara, Antônio Imbassahy (BA), confirmou a tese de Goergen. “Pelas  conversas que estamos tendo com companheiros do PP, muito provavelmente a  bancada do partido na Câmara vai tomar hoje uma posição favorável ao  impeachment. Praticamente isso decide o processo”, afirmou o  parlamentar.

Embora oficialmente adote o discurso de que a  bancada do PP está “dividida”, Aguinaldo Ribeiro já sinalizou a aliados  que há grandes chances de a posição majoritária da bancada ser, de fato,  a favor do impeachment. Apesar de ser contra  impeachment, o líder  teria garantido a parlamentares do PP que respeitará a decisão  majoritária.

Oficialmente, Aguinaldo explicou que decidiu  marcar a reunião, após ser pressionado tanto pela ala pró-impeachment  quanto pelo grupo governista. “Vamos fazer uma avaliação e tirar uma  posição majoritária”, afirmou. “É importante que tenhamos uma posição  definida. Não dá para eu encaminhar uma votação sem isso”, acrescentou.

A  decisão do PP de marcar reunião vem um dia após PR e PSD darem sinais  de que podem desembarcar do governo Dilma. Ontem, o deputado Maurício  Quintella (AL) deixou a liderança do PR para votar a favor do  impeachment. Já o líder do PSD na Câmara, deputado Rogério Rosso (DF),  votou a favor do parecer pró-impedimento na comissão especial.

As  notícias surpreenderam o comando do PP, que, até então, tinha acordo  com a direção do PR e do PSD para permanecerem juntos na base aliada.  ”Estamos avaliando o cenário”, disse o presidente do PP, senador Ciro  Nogueira (PI), ao Broadcast Político, sinalizando que a direção da sigla  poderá voltar atrás da decisão anunciada na semana passada de  permanecer no governo até a votação do impeachment no plenário.