19/01/2024 - 8:48
O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, disse nesta quinta-feira, 18, em cerimônia que marcou o lançamento do projeto de ampliação da Refinaria Abreu e Lima, na região metropolitana do Recife (PE), que a obra vai consumir entre R$ 6 bilhões e R$ 8 bilhões em investimentos da estatal. Prates afirmou que a estimativa exata não pode ser revelada porque a iniciativa, que prevê o melhoramento do Trem 1 (unidade de refino) e a construção do Trem 2 da refinaria, ainda tem processos licitatórios em curso.
O anúncio da ampliação foi feito oficialmente nesta quarta, 17, mas os valores da obra não tinham sido divulgados. Prates também rebateu as críticas de especialistas de que a Petrobras deveria continuar priorizando a exploração e produção de petróleo na região do pré-sal, em vez de destinar parte de seus investimentos para a área de refino. “Quem aí estiver dizendo que estamos recuperando uma refinaria que não tinha mais de existir, uma refinaria feia e velha, digo que essa é a refinaria do futuro, da virada. Essa refinaria olha para o futuro.”
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Com o novo projeto, o objetivo é elevar gradualmente o processamento de petróleo cru de 100 mil barris por dia para 260 mil barris por dia até 2028. “É muito dinheiro, mas é exatamente o montante que essa refinaria vai recolher em impostos federais e estaduais, majoritariamente estaduais, em seu primeiro ano de operação”, afirmou.
A Refinaria Abreu e Lima esteve no centro do escândalo de corrupção investigado pela Operação Lava Jato. Um dos dois conjuntos de refino tinha estimativa de custo inicial de US$ 2,5 bilhões, mas consumiu ao fim US$ 18,5 bilhões.
A obra se arrastou por nove anos, de 2005 a 2014 – com um atraso de três anos para o início da operação parcial, antes previsto para 2011. O projeto foi pensado em parceria com a estatal venezuelana PDVSA, inicialmente em um acordo firmado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que estava em seu segundo mandato, e o regime do então presidente venezuelano Hugo Chávez, que acabou desistindo da sociedade. Em discurso ontem durante a cerimônia, Lula atacou a Lava Jato, sugerindo um complô contra a Petrobras.
Produção
De acordo com Prates, a ampliação da refinaria pretende viabilizar a autossuficiência em diesel, um dos pedidos de Lula, previsto no programa de governo do PT, e com o qual Prates se disse comprometido. Atualmente, o País tem de importar 25% do produto que é consumido internamente.
De acordo com o presidente da estatal, “hoje o mais acessível para a população ainda é o hidrocarboneto, mas essa refinaria vai produzir hidrogênio, e-metanol , o combustível dos navios do futuro, vai produzir diesel renovável 100% de origem vegetal. É uma máquina maravilhosa, do futuro. Não vai ser uma lata velha do fim do petróleo”.
Ele disse ainda que Abreu e Lima seria hoje a refinaria mais moderna de todo o continente americano, incluindo aí os parques de países como Estados Unidos e Canadá. “A Rnest (Abreu e Lima) é uma refinaria que não acaba junto com o petróleo. O petróleo pode acabar, mas a Rnest não acaba”, disse.
Lula afirma que houve ‘mancomunação’ contra a Petrobras
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva usou o evento que marcou a retomada de investimentos públicos na refinaria Abreu e Lima para atacar a Lava Jato. Segundo o presidente, a operação teria sido resultado de um complô entre juízes, procuradores e o Departamento de Justiça dos Estados Unidos contra a Petrobras.
“Tudo o que aconteceu neste País foi uma mancomunação entre alguns juízes e procuradores subordinados ao Departamento de Justiça dos EUA, que nunca aceitaram o Brasil ter uma empresa como a Petrobras”, disse ele, acrescentando que a verdadeira história “ainda será contada”.
Abreu e Lima esteve no centro das investigações de corrupção conduzidas pela Lava Jato. Lula pediu para que o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, recontrate os funcionários que foram demitidos por conta do processo da Lava Jato.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.