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Por Sabrina Valle e Marta Nogueira

RIO DE JANEIRO (Reuters) -O geólogo Mario Carminatti foi escolhido pelo novo presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, para liderar a diretoria de Exploração e Produção, disseram à Reuters pessoas com conhecimento da informação nesta sexta-feira.

Carminatti liderou a equipe da petroleira que descobriu em 2006 o pré-sal, uma das maiores descobertas de petróleo marítimo do mundo neste século.

O grupo de nomes escolhidos para a alta cúpula da empresa inclui ainda um antigo sócio de Prates, Sergio Caetano Leite, como diretor financeiro; Maurício Tolmasquim para uma nova diretoria de transição energética, que possivelmente será chamada de Energias Renováveis e Descarbonização; e William França como diretor de refino, de acordo com fontes.

Os indicados para a diretoria da Petrobras precisarão ainda ser aprovados no Conselho de Administração, após passarem por testes de integridade e elegibilidade na companhia.

Em comunicado ao mercado, a Petrobras disse que ainda não foi comunicada formalmente sobre a indicação dos membros da diretoria e reforçou que os nomes indicados devem passar pelos trâmites internos de governança da companhia.

Prates selou a escolha de Carminatti em reunião na quinta-feira no Palácio do Planalto com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o chefe da Casa Civil, Rui Costa, e a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, disse uma das fontes. Carminatti não estava presente.

A reunião ocorreu após Prates tomar posse como CEO na manhã de quinta com a aprovação do Conselho de Administração da petroleira. Mesmo formado ainda com indicados na gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro, o Conselho apoiou seu nome por unanimidade.

Carminatti era o principal geólogo da Petrobras na ocasião da ousada decisão da empresa de perfurar uma espessa camada de sal sob o leito do Atlântico no início do milênio.

A barreira de sal sozinha era mais profunda do que qualquer poço que a Petrobras havia perfurado antes — 2 quilômetros de profundidade, mais do que o poço mais profundo da empresa à época, a 1.886 metros abaixo da água.

O programa geológico plurianual, em uma área marítima que produtores internacionais de petróleo tinham explorado e devolvido à reguladora ANP depois de não encontrarem petróleo, levou à maior descoberta de petróleo naquela década.

A imensidão da descoberta foi dimensionada em 2008: mais de 40 bilhões de barris. O pré-sal responde hoje por mais de 70% da produção diária do Brasil de cerca de 4 milhões de barris de óleo e gás equivalente por dia.

Carminatti poderá assumir a diretoria em momento em que a Petrobras vem empenhando esforços de quase 3 bilhões de dólares para abrir uma nova fronteira exploratória ao norte do Brasil, a Margem Equatorial. Especialistas da Petrobras disseram que a região tem potencial para replicar a formação geológica de petróleo da Guiana.

Em vídeo publicado na noite de quinta-feira, Prates disse que vê a petroleira como a grande impulsionadora da transição energética no Brasil, mas que também trabalhará para que a companhia siga sua jornada na indústria de petróleo e gás.

Ele citou a Margem Equatorial –que vai do Rio Grande do Norte até o Amapá– como promissora, com “forte potencial” tanto para petróleo e gás como para energias renováveis.

(Por Sabrina Valle e Marta NogueiraEdição de Flávia Marreiro e Pedro Fonseca)

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