Pesquisadores da Universidade de Essex, no Reino Unido, realizaram um estudo que aponta que a prática da jardinagem pode ajudar a melhorar a saúde mental das pessoas.

Para realizar a pesquisa, voluntários do projeto Together We Grow Garden, em Colchester, receberam equipamentos que geralmente são usados em atletas para medir o seu desempenho.

Isso foi feito para monitorar os níveis de oxigênio, a frequência cardíaca e o movimento dos participantes enquanto praticavam tarefas ligadas à jardinagem, contabilizando quanta energia acaba sendo utilizada na realização de atividades como capinar, plantar, regar e cavar, essenciais no caso da jardinagem.

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De acordo com o Dr. Robert Southall-Edwards, que lidera o estudo, foi possível observar que as atividades realizadas na jardinagem são equivalentes às metas semanais sugeridas de exercícios para manter um bom nível de saúde mental, sendo, portanto, uma atividade que pode substituir os exercícios físicos mais comuns por exigir um nível de esforço e de gasto de energia que é bastante semelhante às atividades físicas realizadas em academias, por exemplo.

“Isso pode encorajar mais pessoas a pegar uma espátula, regador ou pá em seu tempo livre e garantir mais financiamento para projetos comunitários”, afirmou Edwards em nota.

Segundo os pesquisadores, a energia gasta na prática de cavar é semelhante ao de uma corrida, enquanto capinar e regar têm gastos de energia semelhantes a andar de bicicleta ou treinar com halteres no academia.

O resultado animou Wayne Setford, fundador do projeto Together We Grow Garden, que incentiva a disseminação de hortas comunitárias no Reino Unido.

“Se a gente garantir que a jardinagem pode ser descrita como uma atividade que auxilia as pessoas a se manterem ativas, teremos maior possibilidade de conseguir financiamento por parte de companhias que financiam esportes e atividades físicas”, afirma ele, prevendo um possível maior interesse na jardinagem pelo seu aspecto de manter as pessoas ativas, além de contribuir com a comunidade e para a sustentabilidade por meio de um cultivo menos intensivo e com menos uso de agrotóxicos e de outras técnicas como manipulação genética dos produtos, prática comum dentre grandes empresas do setor de alimentos, como a Monsanto, mas que podem ter efeitos prejudiciais no longo prazo ao organismo de quem consome tais alimentos.