15/02/2012 - 21:00
Destaque no pregão
A Cosan lucrou R$ 93,8 milhões no terceiro trimestre do ano-safra 2011/2012, encerrado em dezembro. O resultado é 142% superior ao do ano anterior. “Os resultados refletem as sinergias com a formação da Raízen”, diz Marcelo Martins, diretor de relações com investidores. O mercado considerou o resultado regular porque o desempenho foi beneficiado pela alta de preços do açúcar, que compensou a queda das vendas. O Ebitda caiu 7% em relação ao ano anterior. A margem Ebitda recuou para 7,8%.
Palavra de analista: nos próximos trimestres, a companhia deve continuar capturando sinergias, principalmente nas operações da Raízen, prevê o banco Fator em relatório. O banco recomenda manter as ações da Cosan, com preço-alvo de R$ 34 para dezembro.
Papéis avulsos
Escalada nos custos da Cielo
A Cielo obteve um lucro líquido de R$ 1,8 bilhão em 2011, queda de 1% perante 2010. Boa parte desse montante chegou no fim do ano, pois, no quarto trimestre de 2011, a companhia lucrou R$ 504,5 milhões, uma alta de 13,8% em relação ao mesmo período do ano anterior. O volume de transações cresceu 22%, mas, para os analistas, o custo desse crescimento não compensou. As despesas de marketing e de vendas aumentaram 114%. “A Cielo obteve um sólido crescimento em volume e em transações, mas não estamos satisfeitos com o aumento excepcional das despesas, que prejudicou as margens”, diz Raquel Varela, do banco Fator. Segundo Rômulo Dias, presidente da Cielo, os investimentos vão render nos próximos trimestres.
Rômulo Dias, presidente: despesas em alta.
Destaque no gramado
“Índice Neymar” ganha de goleada
O brilho de Neymar em 2011 foi além dos gramados. Um estudo a ser divulgado pela revista RI mostra que o craque também mandou bem no pregão. O “índice Neymar”, calculado a partir das ações das empresas que patrocinam o jogador, goleou com uma rentabilidade de 9,4% em dólar, ante um ganho de 5,5% do Dow Jones e de uma queda de 27,3% do Ibovespa.
A carteira é formada por sete ações. Quatro delas são brasileiras: Ambev, Marfrig, Santander e CSU. As outras três são internacionais: Nike, Unilever e Panasonic.
Quem vem lá…
Vigor de volta à bolsa
Para fazer frente a empresas como Nestlé e Brasil Foods, o frigorífico JBS informou na quinta-feira 9 que vai ressuscitar as ações da Vigor, adquirida em 2009. Naquele ano, as ações saíram da bolsa. Agora, a JBS quer que o mercado enxergue mais valor na Vigor. Para isso, ela terá executivos próprios e um Conselho independente.
Fique de Olho: Apesar do bom desempenho antes do fechamento do capital, as ações da Vigor sempre foram pouco negociadas.
… e quem desistiu de vir
Brazil Travel cancela a viagem
A operadora de turismo Brazil Travel anunciou na quinta-feira 9 que não vai mais abrir capital. Os grandes investidores que pretendiam comprar ações mudaram de ideia e o IPO fracassou.
Touro x Urso
A segunda semana de fevereiro foi marcada por uma queda de braço entre os touros e os ursos para tentar romper a resistência de 66.000 pontos do Ibovespa, o que acabou não ocorrendo. Na quinta-feira 9, o indicador encerrou a 65.530 pontos, leve queda de 0,5%. Mesmo assim, o Ibovespa acumula uma alta de 3,9% no mês. As perspectivas são de novas altas devido à vinda de recursos externos e aos bons balanços das empresas.
Mercado em números
PETROBRAS
R$ 33,3 bilhões – Foi o lucro líquido da Petrobras em 2011, valor 5,3% inferior ao resultado de 2010. No quarto trimestre, o lucro líquido chegou a R$ 5 bilhões, em queda de 52% sobre igual período do ano anterior.
BM&FBovespa
R$ 132,26 bilhões - Foi o volume financeiro movimentado pela bolsa em janeiro. A média diária alcançou R$ 6,29 bilhões.
CTEEP
R$ 1,6 bilhão - Será o valor investido pela Companhia de Transmissão de Energia Elétrica Paulista nos próximos três anos para manter e ampliar o sistema de energia do Estado de São Paulo.
Localiza
R$ 772,7 milhões - Foi a receita líquida da locadora de automóveis no ano passado. O resultado é 7% maior que o registrado em 2010.
Marcopolo
R$ 110 milhões - É quanto a montadora gaúcha vai investir, em parceria com a Caio Induscar, para construir uma linha de produção de peças para carrocerias de ônibus em Joinville (SC).
Pelo mundo
Lucro da Coca-Cola cai 27%
O lucro da Coca-Cola recuou 27% em 2011, para US$ 8,57 bilhões. A queda no quarto trimestre foi de 71%. A causa foram os custos de reestruturação após a compra da engarrafadora Coca-Cola Enterprises, nos EUA, em 2010. Apesar do resultado, as ações da Coca- Cola subiram 1% na terça-feira 7, dia do anúncio dos números.
Citi vai emitir cartões na China
O Citigroup recebeu autorização para emitir cartões de crédito na China. Até o fim de 2011, o Citi tinha cerca de 16 milhões de cartões na Ásia. As ações do banco fecharam em baixa de 0,15% na segunda-feira 6, dia da divulgação da autorização.
Nestlé quer Findus
A Nestlé está negociando a compra das operações de congelados da britânica Findus nos países nórdicos. O acordo está sendo avaliado em torno de € 800 milhões. Na segunda-feira 6, data do anúncio, as ações da Nestlé ficaram estáveis em 53,10 francos suíços.
Personagem
Lucro da Santos Brasil cresce 120%
O crescimento de 26,8% nas exportações do País no ano passado e de 24,5% nas importações foi comemorado pela operadora de contêineres Santos Brasil. Com operações nos portos de Santos (SP), de Imbituba (SC) e do Conde (PA), a empresa atingiu resultados expressivos: avanço de 120% no lucro líquido, de 30% no faturamento e de 47,3% no Ebitda. Marcos Tourinho, diretor de relações com investidores da empresa, conversou com a DINHEIRO sobre as conquistas.
Marcos Tourinho, diretor de RI: ganhos com a dragagem de Santos.
O lucro subiu só pelo aumento nas cargas?
Não. O volume de contêineres cresceu quase 7% em 2011, o dobro do PIB, mas não foi a única causa. Elevamos a produtividade de 54 para 80 contêineres por hora por navio, graças a investimentos em equipamentos, softwares de operação e no treinamento de pessoal. A dragagem do Porto de Santos também ajudou.
A dragagem reduziu os gargalos?
Sim, porque não temos problemas de escoamento de caminhões, como ocorre nos terminais de grãos. A pequena profundidade do canal de navegação não permitia a entrada de navios de grande calado e nos impedia de crescer. Isso foi resolvido em 2011 e aumentou nossa receita, que é 75%, proveniente do terminal de contêineres de Santos.
Acabou a construção do terminal em Imbituba. Qual a expectativa?
Os investimentos de R$ 500 milhões terminaram no fim do ano passado e agora vamos colher os frutos. Esperamos movimentar 55 contêineres por hora por navio, enquanto a média nacional é de 33. Mas não chegará nem aos pés da importância de Santos.
Quais as metas para 2012?
Vamos investir R$ 80 milhões. O volume de contêineres movimentados deve crescer 10%, para até 1,73 milhão de contêineres de 20 pés equivalentes (TEU) e o Ebitda deve aumentar 16% para R$ 550 milhões, representando uma margem entre 41% e 43%, ante 40% do ano passado. Todos esses números são conservadores.
Colaboraram: Fernanda Pressinott e Fernando Teixeira