27/03/2025 - 10:38
Considerado a prévia da inflação oficial do país, o IPCA-15 (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15) registrou alta de 0,64% em março, puxado sobretudo por ‘Alimentação e Bebidas’.
Entre as maiores alta no mês, destaque para os aumentos nos preços do ovo, do café e do mamão. Veja tabela abaixo:
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Veja as maiores altas em março de 2025
| Item | Variação mensal (%) | Impacto (p.p.) no IPCA-15 |
| Gasolina | 1,83 | 0,1 |
| Ovo de galinha | 19,44 | 0,05 |
| Café moído | 8,53 | 0,05 |
| Passagem aérea | 7,02 | 0,05 |
| Cinema, teatro e concertos | 7,42 | 0,03 |
| Tomate | 12,57 | 0,03 |
| Plano de saúde | 0,57 | 0,02 |
| Refeição | 0,62 | 0,02 |
| Mamão | 15,19 | 0,02 |
| Plano de telefonia móvel | 1,42 | 0,02 |
| Energia elétrica residencial | 0,43 | 0,02 |
| Empregado doméstico | 0,57 | 0,02 |
Os bens e serviços monitorados pelo índice são organizados por grupos, subgrupos, itens e subitens. Entre os não alimentos, a gasolina foi o subitem com maior alta em março: encareceu 1,83%.
Já no acumulado de 12 meses, o grande “vilão” da inflação é o café, cujo preço avançou 72,02%. Destaque também para as carnes que subiram acima e 20% e para os chocolates (18,51%). Veja quadro abaixo:
Veja itens com as maiores altas acumuladas em 12 meses
| Item | Alta acumulada em 12 meses (%) |
| Café moído | 72,02 |
| Tangerina | 46,44 |
| Joia | 30,13 |
| Laranja-lima | 29,79 |
| Óleo de soja | 26,73 |
| Alho | 26,37 |
| Acém | 26,26 |
| Patinho | 23,51 |
| Abacate | 22,89 |
| Costela | 22,48 |
| Cigarro | 22,14 |
| Pá | 21,60 |
| Lagarto comum | 21,10 |
| Contrafilé | 21,09 |
| Filé-mignon | 20,87 |
| Carne de porco | 20,47 |
| Chã de dentro | 20,44 |
| Etanol | 19,94 |
| Músculo | 19,80 |
| Alcatra | 19,44 |
| Mamão | 18,61 |
| Chocolate em barra e bombom | 18,51 |
| Lagarto redondo | 17,89 |
| Peixe-dourada | 17,30 |
| Cupim | 17,20 |
| Carne de carneiro | 16,45 |
| Limão | 16,21 |
| Capa de filé | 16,13 |
| Peito | 15,66 |
| Açaí (emulsão) | 15,30 |
Nos 12 meses até março, o índice passou a subir 5,26%, de 4,96% no mês anterior, marcando a taxa mais elevada desde os 5,36% registrados em março de 2023. Com isso, vai ainda mais além da meta oficial –3,0%, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou menos.
Recentemente, tanto o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, quanto o presidente Luiz Inácio Lula da Silva levantaram preocupação com o aumento dos preços do ovo, com a inflação dos alimentos sendo apontada como uma das causas da queda recente de popularidade de Lula.
O centro da meta perseguida pelo Banco Central para 2025 é de 3%, com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.
Inflação acima da meta
A partir deste ano, a meta começa a ser apurada de forma contínua, com base na inflação acumulada em 12 meses. O centro continua em 3%, com tolerância de 1,5 ponto porcentual para mais ou para menos.
As projeções do banco Central apontam para uma inflação acumulada em 12 meses na faixa de 5,5% e 5,6% nos três primeiros trimestres deste ano, caindo para 5,1% no final do ano, segundo relatório publicado nesta quinta.
A meta contínua de inflação prevê que o BC se explique e apresente um plano de trabalho para a convergência da inflação após seis meses contínuos de rompimento dos limites da meta, o que deve ocorrer em junho deste ano.
Para o BC, ao fim de 2025, a chance de a inflação estourar o teto da meta é de 70%, contra 50% antes. Para 2026, a chance foi estimada em 28%, ante 26%.
