09/11/2017 - 13:16
O preço global dos alimentos para importação deve subir cerca de 6% em 2017, em comparação com o ano passado. A previsão é da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) e consta do relatório “Panorama da Alimentação”, lançado nesta quinta-feira (9) em Roma, sobre o valor de commodities incluindo cereais, oleaginosas, pescado, carnes, frutas tropicais etc.
Em comunicado, a agência da ONU informou que a alta ocorre em meio a um cenário de larga produção e uma ampla oferta. Uma das razões é a subida do preço do transporte. A conta total será de mais de US$ 1,4 trilhão em 2017, o que representa um aumento de 6%, comparado a 2016. O Panorama da Alimentação é divulgado duas vezes ao ano, examinando a situação do mercado.
Demanda forte
O economista senior da FAO, Abdolreza Abbassian, comentou que, além do cenário favorável, a demanda mundial por alimentos ainda é forte, e que deve haver um aumento a cada ano para todas as mercadorias agrícolas à exceção do açúcar. Para o especialista, o mercado tende a ajustar os preços de forma mais equilibrada em 2018.
Segundo a FAO, as implicações socioeconômicas do aumento impactam principalmente nos países menos desenvolvidos, com alto volume de importação. A conta de importação de carnes, por exemplo, deve ficar 22% mais alta que no ano passado, chegando a US$ 176 bilhões.
Brasil, China, Costa Rica, Índia e México
O relatório da ONU prevê ainda um cenário de oportunidades para a exportação de frutas tropicais, como manga, abacaxi, mamão e abacate. Combinados, eles devem fechar este ano com um valor de US$ 10 bilhões. Somente em 2017, devem ser produzidas 92 milhões de toneladas dessas quatro frutas. Dentre os maiores produtores estão Brasil, China, Costa Rica, Índia e México.
A boa performance é promissora para o desenvolvimento rural e o combate à pobreza com mais negócios para pequenos agricultores.
Já o recorde na produção de mandioca deve ocorrer na África. Segundo o Panorama da FAO, esta é a terceira fonte mais importante de calorias em áreas tropicais, após o arroz e o milho. A África Subsaariana deve produzir 156 milhões de toneladas da raiz este ano.