11/09/2025 - 17:55
Os preços dos medicamentos para hospitais recuaram, em média, 1,37% em agosto comparativamente a julho, quarta queda consecutiva, segundo registrou o Índice de Preços de Medicamentos para Hospitais (IPM-H). O dado é calculado pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) com base em informações fornecidas pela Bionexo, uma plataforma de solução de tecnologia focada no setor de saúde, que conecta hospitais, clínicas e fornecedores para otimizar processos de compra, venda e gestão da cadeia de suprimentos de produtos hospitalares e medicamentos.
A queda dos preços dos medicamentos para hospitais no mês de agosto se deu em um cenário em que o indicador oficial da inflação brasileira, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), registrou uma deflação de 0,11% e o Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) mostrou avanço de 0,36% nos preços da economia brasileira como um todo.
Além disso, informações disponibilizadas pelo Banco Central indicaram que a taxa média de câmbio recuou 1,48% em agosto, o que correspondeu a um novo movimento de apreciação da moeda brasileira em relação ao dólar no período.
Para Rodrigo Romero, vice-presidente de Crescimento da Bionexo, “o comportamento recente do IPM-H mostra como os dados de mercado podem ser um aliado estratégico para hospitais e fornecedores”. “Mais do que acompanhar a oscilação dos preços, a análise permite antecipar tendências e entender em quais grupos terapêuticos estão os maiores riscos ou oportunidades. É esse tipo de inteligência aplicada que ajuda o setor a tomar decisões mais assertivas em um cenário de margens pressionadas e custos crescentes”, disse o executivo.
De acordo com o economista e pesquisador da Fipe, Bruno Oliva, embora uma queda já fosse esperada pelo padrão sazonal do índice, a variação negativa de 1,37% observada em agosto veio bem abaixo da média histórica para esse período, de 0,75%.
“m certa medida, tal divergência pode estar associada ao comportamento de variáveis econômicas relevantes para formação dos preços dos medicamentos no mercado doméstico, como é o caso da taxa de câmbio e dos preços dos combustíveis. Ademais, esse resultado também pode ser lido à luz dos sinais de desaceleração econômica e de acomodação dos demais preços da economia, conforme evidenciado pelos principais índices de preço e expectativas dos agentes de mercado” analisou Oliva.
Entre os grupos terapêuticos que compõem a cesta de cálculo do IPM-H, as variações de preços foram majoritariamente negativas em agosto, abrangendo: sistema nervoso (2,92%); sistema musculoesquelético (2,72%); anti-infecciosos gerais para uso sistêmico (1,99%); agentes antineoplásicos (1,74%); imunoterápicos, vacinas e antialérgicos (1,49%); aparelho respiratório (1,35%); aparelho cardiovascular (0,78%); preparados hormonais (0,61%); e órgãos sensitivos (0,60%).
Em contrapartida, houve aumento mensal nos preços de medicamentos classificados nos seguintes grupos: aparelho digestivo e metabolismo, 1,20%; sangue e órgãos hematopoiéticos, 1,05%; e aparelho geniturinário, 0,34%.
Com a incorporação do resultado de agosto, a variação acumulada no ano desacelerou para 1,43%. Finalmente, com respeito aos 12 meses encerrados em agosto, o IPM-H passou a registrar uma alta acumulada de 0,64%, implicando uma nova desaceleração dos preços dos medicamentos para hospitais. Considerando a série histórica com início em janeiro de 2015, o IPM-H registra uma elevação nominal de 49,6%.