Desde que foi regulamentado no Brasil, há três anos, o formador de mercado tem sido acompanhado com olhos atentos pelos investidores. Contratados pelas empresas listadas na Bolsa de Valores para aumentar a liquidez dos papéis, os formadores estão cumprindo a missão com louvor. O que pouca gente sabe é que esse profissional também pode ser contratado por um investidor pessoa física. A idéia é usá-lo para reduzir a volatilidade dos papéis de uma empresa na carteira de um investidor individual. A volatilidade dos ativos indica a diferença entre os preços de uma ação: quanto mais volátil, maior é a diferença entre a maior e a menor cotação desse papel. O resultado é a distorção do preço real do ativo, que pode levar o investidor a perder dinheiro.

A corretora Codepe foi a primeira a ser contratada por um investidor para atuar nas sua ações da Companhia de Energia Elétrica de Pernambuco (Celpe). O contrato foi firmado em outubro de 2003. Hoje, o investidor pode comemorar. O spread (diferença entre compra e venda do papel), que era de 20% na época da contratação, agora é de 1%. Mas fica a dúvida: o bom resultado é fruto do trabalho do formador ou decorrência de um bom ano da Bovespa? ?Basta comparar o desempenho da ação com o indicador do setor para saber?, diz Fernando Aguiar, diretor da Codepe. Para comparar: em 2004, a ação preferencial da Celpe fechou em alta de 52,23%. O Índice de Energia Elétrica (IEE, que mede as ações do segmento) fechou em alta de 5,64%. A Eletrobrás, empresa que serve de referência para os investidores, encerrou o ano em queda de 6,19%. Nesse caso, o formador de mercado mostrou o seu valor.

52,23% foi a alta das ações da Celpe após o formador de mercado