A Petrobras anunciou nesta segunda-feira, 8, que o preço médio da gasolina vendida a distribuidoras terá um reajuste de 7% a partir desta terça-feira, 9.  Assim, o valor do litro do combustível passa a ser, em média, R$ 3,01, aumento de R$ 0,20 por livro.

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Este é o primeiro reajuste no preço da gasolina em 2024. O último aumento foi em 16 de agosto de 2023. E, em 21 de outubro do ano passado, a Petrobras aplicou uma redução de R$ 0,12, ou 4,09%, no preço médio da venda de gasolina tipo A para as distribuidoras, que passou a ser de R$ 2,81.

A Petrobras calcula um impacto médio de R$ 0,15 no preço médio do litro da gasolina nos postos.

Defasagem

O anúncio ocorre enquanto agentes de mercado têm apontado que os preços médios de gasolina e diesel da companhia estão abaixo de valores praticados no mercado externo.

A defasagem impacta o mercado, principalmente importadores, uma vez que o Brasil não é autossuficiente na produção desses derivados e, por isso, depende de compras externas.

“Esse reajuste ainda não é suficiente para eliminar a defasagem apurada”, ponderou o presidente da Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), Sergio Araujo, à Reuters.

Segundo cálculos da Abicom, a gasolina da Petrobras precisaria, na verdade, de um reajuste de 18%, ou de R$ 0,59 por litro, para ficar em paridade com o mercado externo.

Na mesma linha, a consultoria StoneX calculava a necessidade de um ajuste de 19,9%, ou R$ 0,56 por litro, antes do anúncio, para alcançar a paridade.

Diesel

O head na área DE petróleo, gás e renováveis da StoneX, Smyllei Curcio, destacou que há uma expectativa de aumento do preço do diesel da Petrobras, pela maior dependência externa do combustível fóssil.

Para a StoneX, o diesel precisa de um reajuste de 8,4%, enquanto a Abicom calcula essa necessidade em 15%.

A Petrobras não realiza um ajuste dos preços do diesel desde dezembro.

Desde maio do ano passado, a Petrobras deixou de seguir obrigatoriamente o chamado preço de paridade de importação (PPI), após a publicação de uma nova estratégia comercial, que visa considerar outras variáveis na precificação de seus produtos, com a promessa de ser a melhor opção para seus clientes e fornecedores, mas garantindo sua rentabilidade.

Dessa forma, a nova estratégia permitiu que a empresa mantenha preços estáveis por mais tempo, em busca de evitar volatilidades.

Em maio, executivos da companhia afirmaram que a política de preços para o diesel tem sido exitosa em evitar repassar volatilidades do mercado externo ao interno e permite ainda que a companhia continue lucrando.

Ainda segundo eles, as margens do diesel sofreram pressão do aumento da mistura de biodiesel no diesel, a partir do início de março, assim como pela entrada de diesel de origem russa, que tem chegado ao país com valores mais competitivos ante concorrentes.

O repasse de reajustes de preços da Petrobras aos consumidores finais, nos postos, não é imediato e depende de uma série de fatores, como margem da distribuição e revenda, adição de biocombustíveis e impostos.