SÃO PAULO (Reuters) – O prefeito licenciado de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), faleceu neste domingo por complicações de um câncer em transição esôfago gástrica, após longo período de tratamento, informou em nota o Hospital Sírio-Libanês.

Segundo o comunicado, o óbito ocorreu às 8h20. Covas estava internado desde o dia 2 de maio.

Na sexta-feira à noite, boletim da equipe médica já informava que o quadro de Covas era considerado irreversível, e ele seguia internado à base de analgésicos e sedativos. No sábado, o prefeito recebeu a visita de familiares e políticos, em tom de despedida.

Aos 41 anos, Bruno Covas travava uma batalha com um câncer mesmo em meio à pandemia de coronavírus. Foi reeleito para o cargo em novembro passado e pediu licença no início deste mês após uma piora em seu quadro de saúde.

Com isso, a prefeitura da maior cidade do Brasil passou a ser comandada pelo vice-prefeito, Ricardo Nunes (MDB).

O governador de São Paulo, João Doria, agradeceu a Covas e sua família em nota, ressaltando a força e lealdade do colega de partido.

“Tive o privilégio de acompanhá-lo desde o início da vida pública, ao lado do seu avô Mario Covas. Tive a honra de tê-lo como vice, na prefeitura de São Paulo. E a alegria de ver seus ideais e realizações aprovados nas eleições de 2020”, disse o governador.

“Bruno Covas era sensível, sereno, correto, racional, pragmático e ponderado. Voz sensata, sorriso largo e bom coração. Bruno Covas era esperança. E a esperança não morre: ela segue, com fé, nas lições que ele nos ofereceu em sua vida.”

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, afirmou em nota que Covas foi dono de uma carreira vitoriosa, tristemente interrompida neste domingo.

“Em 2015, ingressamos juntos na Câmara dos Deputados, onde convivemos até ele assumir o cargo de vice-prefeito de São Paulo, em 2017”, lembrou.

“Em nome do Congresso Nacional, expresso os meus profundos sentimentos de pesar ao seu filho, à sua família e à população de São Paulo”, acrescentou Pacheco.

Principal oponente de Covas nas últimas eleições municipais, Guilherme Boulos (PSOL) usou sua conta no Twitter para dizer que lamenta muito a morte do prefeito.

“Tivemos uma convivência franca e democrática. Minha solidariedade aos seus familiares e amigos neste momento difícil. Vá em paz, Bruno!”, afirmou na publicação.

No final da tarde, o presidente da República, Jair Bolsonaro, afirmou pelo Twitter que se solidariza pelos familiares e amigos de Bruno Covas. “Que Deus conforte o coração de todos!”, disse.

Neto do ex-governador e ex-prefeito de São Paulo Mario Covas, falecido em decorrência de um câncer no início de 2001, Bruno nasceu em Santos, e completou, em 7 de abril, 41 anos.

Formado pela Faculdade de Direito do Largo São Francisco (USP) e economista pela PUC-SP, foi presidente estadual e nacional da juventude do PSDB e ocupou outros cargos dentro da legenda. Já foi deputado estadual, deputado federal e também assumiu secretaria no governo do Estado de São Paulo.

Em janeiro de 2017, renunciou ao mandato de deputado federal para assumir a vice-prefeitura de São Paulo.

Elegeu-se vice-prefeito na chapa de João Doria em 2016, e assumiu o comando da capital paulista em 2018, quando Doria renunciou para disputar o governo do Estado, sendo reconduzido ao cargo na eleição do ano passado. Divorciado, deixa um filho adolescente.

(Por Nayara Figueiredo, reportagem adicional de Ricardo Britto e Maria Carolina Marcello)

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