04/02/2025 - 10:21
A Lavoro, maior varejista de insumos agrícolas da América Latina, listada na Nasdaq, dos Estados Unidos, registrou prejuízo líquido de US$ 48,2 milhões no primeiro trimestre do ano fiscal de 2025, encerrado em 30 de setembro, informou a companhia. O resultado é 232% maior do que o registrado em igual período do ano fiscal anterior, de US$ 14,5 milhões.
O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado caiu 16%, para US$ 9,8 milhões, ante US$ 11,7 milhões em igual período de 2024, refletindo maiores despesas com pessoal e provisões para estoques vencidos.
A receita líquida caiu 24% no trimestre, para US$ 370,2 milhões, com recuo de 20% na receita de insumos, que somou US$ 350,4 milhões, e queda de 57% na receita de grãos, para US$ 19,8 milhões.
Por segmento, o varejo no Brasil registrou queda de 32% na receita, para US$ 279,5 milhões, enquanto o varejo na América Latina recuou 8%, para US$ 60,8 milhões.
O segmento Crop Care apresentou crescimento expressivo, com receita aumentando 48% para US$ 53 milhões, impulsionado pelo forte desempenho da Union Agro (fertilizantes especiais) e da Perterra (agroquímicos pós-patente).
A Lavoro revisou suas projeções para 2025 em função do aperto nas condições de financiamento de estoques. A receita consolidada deve ficar entre US$ 1,12 bilhão e US$ 1,28 bilhão. A empresa não espera mais crescimento no Ebitda ajustado em relação a 2024.
“Nossa atividade comercial no Brasil foi severamente afetada por falta de estoques em categorias-chave durante novembro e dezembro, dois meses críticos para a primeira safra de soja”, disse o CEO da Lavoro, Ruy Cunha.
A empresa informou que implementará um plano de otimização da rede de distribuição no Brasil até o fim do ano fiscal.
Projeções para 2025
A Lavoro revisou suas projeções para 2025 e não espera mais crescimento do lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) em relação ao ano passado, por causa de restrições de crédito que afetaram a liquidez de agricultores e o financiamento de estoques, disse o CEO da companhia, Ruy Cunha, em teleconferência de resultados do trimestre, realizada na segunda-feira, 3.
“As compras à vista geralmente representam entre 25% e 30% das aquisições de insumos pelos produtores. No primeiro semestre deste ano, esse porcentual caiu para um dígito”, afirmou Cunha.
A queda impactou a necessidade de financiamento da Lavoro e pressionou o capital de giro da empresa.
A dificuldade de acesso ao crédito também afetou o financiamento de estoques. “A recuperação judicial de um grande varejista agrícola no Brasil gerou um movimento de aversão ao risco entre fornecedores e instituições financeiras, levando a um aperto expressivo nas condições de financiamento de inventário”, disse Cunha.
Com isso, a empresa reduziu suas expectativas para o ano fiscal de 2025 e agora espera uma receita consolidada entre R$ 6,5 bilhões e R$ 7,5 bilhões, com receita líquida em dólares entre US$ 1,12 bilhão e US$ 1,28 bilhão, considerando um câmbio médio de R$ 5,90/US$. “Tivemos uma escassez severa de estoques em categorias-chave durante novembro e dezembro, período crítico para safra de soja”, disse Cunha. Em janeiro, renegociações com fornecedores ajudaram a aliviar parcialmente esses gargalos, “embora a reposição de estoques e novos pedidos ainda não tenham normalizado completamente”.
No primeiro trimestre, a receita líquida recuou 24%, para US$ 370,2 milhões, refletindo queda de 20% na receita de insumos, que atingiu US$ 350,4 milhões, e declínio de 57% na receita com grãos, para US$ 19,8 milhões.