14/05/2025 - 8:02
A companhia de combustíveis e açúcar Raízen, do grupo Cosan, teve prejuízo no quarto trimestre fiscal de R$ 2,5 bilhões, um salto ante o desempenho negativo de R$ 879 milhões apurado no mesmo período do ano passado.
A empresa, que acompanha o ano safra e opera postos da rede Shell no Brasil, também divulgou na véspera projeções para 2025/26. A expectativa é de processamento de cana entre 72 e 75 milhões de toneladas (já desconsiderando parcela desinvestida), redução e otimização de estruturas com benefício de R$ 500 milhões no ano (nominal), e investimentos de R$ 9-9,8 bilhões, após R$11,91 bilhões realizados na temporada anterior.
No trimestre, a Raízen teve um resultado operacional medido pelo Ebitda ajustado de R$1,72 bilhão, queda de 53,3% sobre um ano antes.
A receita líquida somou R$57,7 bilhões de janeiro ao final de março, avanço de 7,5% na comparação anual.
Analistas, em média, esperavam, Ebitda de R$ 3,47 bilhões e receita de R$58,8 bilhões, segundo dados compilados pela LSEG.
A Raízen afirmou no balanço que a queda no Ebitda ocorreu “principalmente” por menores volumes comercializados de combustíveis e de açúcar próprio, além da menor contribuição das operações de trading, que pressionaram as margens operacionais.
“Importante destacar que a base de comparação foi favorecida por créditos fiscais, margens mais elevadas em combustíveis e maior volume produzido e vendido de açúcar e bioenergia”, afirmou a Raízen no balanço.
Empresa busca reduzir dívida
A Raízen “está de volta” aos negócios principais, como produção de açúcar, etanol, bioenergia e distribuição de combustíveis, disse o CEO da companhia, Nelson Gomes, ao comentar os resultados da empresa que registrou prejuízo de R$2,5 bilhões no seu quarto trimestre fiscal.
O comentário foi feito em momento em que a companhia inicia a moagem da safra 2025/26, que será afetada pelo clima seco no ano passado e pelas queimadas de 2024, com alguns canaviais não registrando recuperação após o impacto do fogo, segundo o diretor de Relações com Investidores, Phillipe Casale.
O CEO destacou que a Raízen está redefinindo a área de trading, focando nas operações de melhor valor, com redução de posições em mercados de maior risco como açúcar branco.
O executivo afirmou também que a companhia segue com vendas de ativos que não são considerados importantes, visando maior eficiência e redução do endividamento.
A Raízen, maior processadora de cana do mundo, informou na segunda-feira que assinou a venda da usina de Leme por R$425 milhões.