Um diplomata tunisiano e um outro funcionário da embaixada da Tunísia na Líbia, sequestrados há semanas em Trípoli, foram libertados neste domingo, anunciou o primeiro-ministro desse país, Mehdi Jomaa, agora à noite.

“Quero lhes informar que, há alguns minutos, o avião decolou de Trípoli com nossos ‘filhos’ que estavam presos”, declarou Jomaa, em uma entrevista coletiva no Ministério das Relações Exteriores.

O chanceler tunisiano, Mongi Hamdi, descartou que qualquer resgate tenha sido pago pelo governo.

“Nossos interlocutores eram as autoridades líbias. Não sabemos quem eram os sequestradore, nem queremos saber”, disse Hamdi.

O ministro confirmou que os sequestradores tinham motivações políticas e reivindicaram a libertação de líbios condenados em Túnis por terrorismo – “libertação que não aconteceu”, frisou o chanceler.

Em 21 de março, o funcionário da embaixada da Tunísia em Trípoli Mohamed ben Sheikh foi sequestrado na capital líbia. Em 17 de abril, o diplomata tunisiano Al-Arussi Kontassi foi feito refém na mesma cidade.

Em 23 de abril, um grupo “jihadista” desconhecido chamado “Chabab Al-Tawhid” divulgou um vídeo de Mohamed ben Sheikh, no qual o refém pedia ao presidente tunisiano que negociasse com os sequestradores.

A gravação não falava em Al-Arussi Kontassi, que teria sido levado, segundo Túnis, por esse mesmo grupo.

A fonte da embaixada consultada pela AFP relatou que a libertação de ambos aconteceu “graças às negociações” e garantiu que o governo “não cedeu” às demandas dos sequestradores.

Desde a queda do regime de Muammar Kadhafi em 2011, as representações diplomáticas na Líbia têm sido, com frequência, alvo de ataques e de sequestro por parte de milícias.

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