A G4 Educação emitiu comunicado, por meio do perfil oficial da empresa no Instagram, neste sábado, 21, para informar que Tallis Gomes renunciou aos cargos de CEO e presidente do Conselho.

A decisão foi tomada dias após Gomes soltar a fala machista “Deus me livre de mulher CEO”, que teve grande repercussão não só dentro da empresa, mas também nas redes sociais, principalmente no LinkedIn.

“O G4 Educação comunica que Tallis Gomes renunciou aos cargos de CEO e de presidente do Conselho”, dizia nota, informando quem irá substituí-lo a partir de agora.

“Maria Isabel Antonini, sócia e atual CFO da companhia, assume como CEO. Com mais de 10 anos de experiência na liderança e na gestão de negócios, Maria Isabel é Engenheira de Produção (UFMG), ex-CEO da Singu, com passagens em grandes empresas, como GPA e Itaú Unibanco”.

Por fim, o comunicado reforçou a importância de valorizar a figura da mulher no ambiente de trabalho. “O G4 reafirma seu compromisso com a educação executiva de impacto, no qual a liderança feminina sempre esteve presente com protagonismo.”

Repercussão

Por meio de postagens na internet, executivas criticaram a fala de Tallis Gomes e reforçaram o orgulho de serem mulheres nos postos que ocupam. Para Gomes, mulheres que presidem empresas não fazem o “melhor uso da energia feminina”.

A presidente do Banco do Brasil, Tarciana Medeiros, fez menção indireta ao caso durante palestra em Nova York, na quinta-feira, em evento do Pacto Global da ONU. A mediadora, Ana Fontes, da Rede Mulher Empreendedora, abriu o debate questionando se estava “tudo bem ser uma mulher CEO à frente de um banco”. “Está tudo ótimo”, respondeu Tarciana, sendo aplaudida.

Na quarta-feira, 18, Tallis havia escrito no Instagram que, “salvo raras exceções, essa mulher (CEO) vai passar por um processo de masculinização que vai colocar meu lar em quarto plano, eu em terceiro plano e os meus filhos em segundo plano”.

E disse que posições como a dele exigem que o CEO seja “muito cascudo para suportar”, que “o mundo começou a desabar exatamente quando o movimento feminista começou a obrigar a mulher a fazer papel de homem”. E completou afirmando que as mulheres devem usar “a energia feminina nos lugares certos, lar e família”.

Depois da primeira postagem, quando sua posição já havia repercutido em grupos de WhatsApp que incluíam advogadas e mulheres do setor empresarial, Gomes tentou se retratar. Fez nova publicação em que pedia desculpas pelo “erro” e dizia ter sido “infeliz ao dizer qual tipo de mulher eu gostaria para a minha vida”.

Antes, ele também havia recebido comentários contra sua publicação de ex-alunas mulheres da G4, que se diziam arrependidas por terem pago pelos cursos da empresa.

Reprodução/Instagram