(Reuters) – O chairman da companhia de aquicultura australiana Huon, alvo de uma oferta de aquisição da JBS, afirmou nesta segunda-feira que a empresa não será distraída por “ruídos externos” após a acionista Tattarang Agrifood, que detém uma participação de 18,5%, indicar que pode não apoiar a proposta da processadora brasileira de alimentos.

Segundo carta divulgada pelo presidente do conselho da Huon, Neil Kearney, os diretores da companhia estão preparando um livro que inclui um relatório independente para consideração e votação dos acionistas da empresa sobre a proposta a JBS. Ele indicou que, neste momento, os acionistas não precisam tomar nenhuma ação sobre tais movimentos.

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A JBS anunciou no início deste mês um acordo para adquirir 100% das ações da Huon por 3,85 dólares australianos/papel em dinheiro, com prêmio de 61% sobre o valor de fechamento de 26 de fevereiro de 2021.

“Desde então, a Tattarang Agrifood… adquiriu uma participação de 18,5% na Huon e indicou que pode não apoiar a proposta da JBS”, afirmou Kearney no documento.

De acordo com o chairman, o proprietário da Tattarang –o magnata australiano da mineração Andrew Forrest– manifestou preocupações com as práticas da JBS no setor animal e com os padrões ambientais seguidos pela Huon e pela indústria de aquicultura da Austrália.

Kearney reiterou, porém, que no caso de uma transação, um novo proprietário da Huon seria obrigado a aderir aos padrões ambientais e de cuidados animais “rigorosos” mantidos atualmente pela companhia.

O chairman da Huon ainda acrescentou que a oferta da JBS ocorreu após um “rigoroso processo de revisão estratégica” no início do qual a Tattarang chegou a manifestar interesse e a fazer uma oferta não vinculante pela Huon. Convidada para uma proposta final, porém, a empresa de Forrest teria declinado a oportunidade, segundo Kearney.

“Em todo o caso, a oferta da JBS… é significativamente maior do que a proposta não vinculante da Tattarang”, afirmou o executivo.

“Estamos focados em fornecer aos nossos acionistas, especialmente os de varejo, a oportunidade de garantir o valor justo de todas as suas ações da Huon. Não seremos distraídos por ruídos externos daqueles que não deram aos acionistas da Huon essa oportunidade”, disse Kearney.

Ele notou ainda que, em seus compromissos com o bem-estar animal e a sustentabilidade, a JBS se comprometeu a seguir “o legado que construímos na Huon”.

 

(Por Gabriel Araujo)

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